Cristal
Acabei de entrar em um mortal que leve ao submundo com minha mãe, ela parece tranquila e alegre em estar aqui.
—você realmente sente muita falta da sua família não é?— pergunto e minha mãe apenas olha para mim por um tempo pensativa.
Eliza —eu amo passar meu tempo com eles e pensar em como teria sido ter vivido desde bebê com meus pais, mas já aceitei como as coisas são, fique tranquila— ainda sinto tristeza em sua voz —e então Cristal, tem alguma coisa para me contar?— pergunta fazendo uma expressão de curiosidade o que me faz travar no mesmo lugar e me perguntar o que ela está querendo saber.
—o que poderia ser exatamente?— pergunto tentando fazer uma expressão confusa.
Eliza —se está namorando ou se algum homem já chegou a roubar seu coraçãozinho— só fico um pouco confusa com sua pergunta.
—pelo que eu saiba não, ainda não mãe, mas se mudar o contexto da conversa por atração, ai sim vou ter coisas a falar— digo e minha mãe abaixa um pouco o rosto.
Eliza —acho que seria um pouco estranho falar sobre homens atraentes com a minha filha— realmente seria um pouco, mas estamos literalmente pisando no inferno.
—estamos no inferno, nada nesse lugar é errado né?— falo e ela ri com a minha frase.
Eliza —acho que não é bem assim que funciona, mas se quiser conversar sobre qualquer coisa estarei aqui para você, sempre— é bom ouvir isso, mas eu não vou poder estar aqui para ela sempre que precisar.
—mãe, não se importaria se eu deseje de ser virgem né?— quando digo isso ela apenas para de andar.
Eliza —foi com quem?— quando ela pergunta apenas fico meio sem jeito.
—não foi com ninguém ainda, mas quero experimentar, para saber como é— digo enquanto caminhamos até uma carruagem, pois demônios da realeza gostam de coisas antigas.
Eliza —desde que você seja responsável e se previna não tem problema, quero que seja feliz e livre para escolher o que desejar— que bom que ela pense assim.
—não quer ter um netinho não?— pergunto brincando, mas o olhar dela apenas ficou sério por alguns instantes.
Eliza —para ser sincera? Não. Eu quero ver você sendo independente, forte, não com algo pretendendo você a uma vida diferentes da que deseja. Crianças são bençãos, mas apenas para algumas pessoas— só olho para ela de relance.
—entendi....
(...)Quando chegamos ao castelo onde meus avós moram, fico impressionada em como tudo é lindo, as árvores rosas, a grama avermelhada, o castelo branco.
—parece que estamos até naqueles livros de conto de fadas, nem parece o temido inferno— digo dessa vez reparando na beleza de tudo a minha volta, pois da ultima vez que pisei aqui não consegui reparar em nada.
Eliza —é lindo, mas muito perigoso— apenas saímos de dentro da carruagem e caminhamos até o castelo, reparo em outra carruagem atrás da gente parar também, fico olhando para ver quem sai, pois tem um símbolo de dragão dourado.
Vejo um homem de cabelos pretos longos sair de dentro, seus olhos são de um tom carmesim bem vivo, mas notei que mudaram para um azul escuro, ele parece ser bem forte, ele apenas estende a mão e ajuda alguém a sair de forma bastante educada, logo veja a ruiva que me ajudou quando cai aqui pela primeira vez.
—mâe, podemos ir até eles? Aquela mulher me ajudou quando cai aqui, queria agradece-la— digo e minha mãe fica meio em silêncio enquanto observa os dois.
Eliza —tudo bem, mas seja respeitosa a todo o momento, aquele é o príncipe herdeiro do trono do inferno, e a mulher é uma condessa, considerada princesa do inferno depois do casamento com ele— são da realeza então.
—claro, vai ser rápido— digo indo até os dois, minha mãe está seguindo atrás de mim.
Tem dois guardas com eles então paro um pouco distante dos dois, que repararam minha presença.
—olá, meu nome é Cristal Angeli, sou a princesa do purgatório, se lembra de mim Serena— se eu não me engano o nome dela é esse.
Vejo a ruiva olhar diretamente para mim e abrir um sorriso.
Serena —claro que lembro, tentei ajudar você, mas desapareceu do nada— naquele dia eu não controlava nada dos meus poderes.
Eliza —eu agradeço de verdade por ter ajudado a minha filha, alteza— diz fazendo uma prevê reverência a ela que faz o mesmo
Serena —não vai se apresentar, querido?— vejo que ela pergunta para o homem de cabelo preto que apenas esta me encarando em silêncio.
***** —sou o príncipe Asura, herdeiro do trono do inferno, é um prazer conhecer você— diz de forma educada, mas com um tom de voz extremamente frio.
Eliza —vieram para o aniversário do Henri e Belial imagino— vejo que o moreno apenas confirma com a cabeça.
Asura —minha irmã não parou de encher minha paciência então resolvi vir, mas acho que não teveria estar aqui— por que não?
Eliza —de qualquer forma é bom ver você "tio"— travo ao ouvir isso, ele é tio da minha mãe? Mas parece tão jovem... Sei que aparência não define nada, mas ele realmente parece ter menos de cem anos.
Apenas vamos caminhando para dentro do castelo e aproveito isso para conversar.
Asura —é impressão minha ou vieram sozinhas para cá?— o pior é que não é impressão.
Eliza —viemos sozinhas sim, sabemos nós proteger, com todo respeito, não precisamos de um homem para nós acompanhar o tempo todo.
Asura —você fala igual a sua irmã— está falando da tia Scarlett, ela não é parente dele pelo que entendi, pois não é filha de sangue da minha avó, notei a incômodo na expressão de Serena ao ouvir isso.
Eliza —você vê muito meus irmãos? Eu não os vi crescer e não sei muito sobre eles, ser rainha me atarefa demais.
Asura —eu os conheço pouco, não sei quase nada do Henri, mas como Belial trabalha no castelo na linha de frente o conheço mais, inclusive já tive que separar algumas brigas entre os dois quando o pai deles não está presente, pois se ninguém separa um deles pode acabar saindo morto— quê?
Eliza —eles não pararam de brigar?— minha mãe parece preocupada.
Asura —não, mas você sabe que é o destino dos gêmeos nascidos no inferno, lutar até a morte, Dagon até controla bem isso ameaçando matar os dois, mas só funciona quando está presente— isso é tão estranho de se ouvir.
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Entre Mundos (Deuses Elementais)
RomanceCristal é a princesa do purgatório, adquiriu um enorme poder que foi usado nela quando nasceu para impedir que acabasse falecendo por causa da má formação dos órgãos. O Deus da morte não ficou nada feliz por não poder fazer seu trabalho e riscar o n...