Cristal
Enquanto caminho até uma fonte de vinho, sinto alguém me puxar pela cintura, o que me faz travar inteira.
******** —por que travou inteira, está com medo?— diz baixo no meu ouvido, mas ao reconhecer a voz consigo me acalmar um pouco.
—qual o seu problema? Não tem medo de morrer, não?— pergunto me virando para encarar o ruivo, que está com um sorriso animado no rosto.
Dragomir —medo de quê? Do seu avô?— ele não tem medo do meu avô?
—sim, ele é o demônio mais forte do inferno— digo mais ele ri.
Dragomir —sinto em te dizer isso, mas ele não é mais, sua força diminuiu com os anos que passaram, Dantalion por ser mais jovem agora tem essa posição, se já não tinha antes— ainda assim acho que ele consegue bater muito nele.
—acho que ele é mais forte que você— digo e ele abre um sorriso debochado.
Dragomir —talvez seja, talvez não, não quero saber para dizer a verdade, já tenho muitos problemas nas minhas costas— diz colocando a mão em volta da minha cintura aproximando a gente um pouco mais, consigo sentir calor emanar de seu corpo.
—estamos muito perto— digo sentindo meu coração acelerar mais.
Dragomir —queria estar ainda mais perto para dizer a verdade— eu deveria chutar ele, empurrar? Eu não sei!
Vejo ele aproximar seu rosto do meu, mas antes que eu possa agir alguém me puxa por trás.
***** —acho que ela ainda não tem permissões para ficar perto de um homem desse jeito, fique longe da minha sobrinha— quando olho para trás apenas vejo os olhos azuis de Henri, que está com uma expressão séria em seu rosto, eu só tinha visto ele calmo.
Vejo que Dragomir apenas da um passo para trás, acho que não quer causar problemas, mas ele ia mesmo me beijar na frente de todo mundo?
—Henri, está tudo bem, ele estava apenas brincando— acho que isso deixou a situação ainda mais estranha.
Henri —você não deveria estar nessa festa, não é um convidado— nisso ele está absolutamente certo, mas por algum motivo fiquei feliz por vê-lo.
Dragomir —realmente não sou um convidado, vim junto com um na verdade— com quem ele veio?
Henri —quem?— ele está sério, acho que não acredita nas palavras de Dragomir.
Dragomir —vim junto com o pai e os tios dela— pera aí! Meu pai está na festa.
Henri —se está dizendo a verdade cadê ele?— vejo que Dragomir aponta para um canto distante do salão, onde vejo meu pai e minha mãe conversando, na verdade parecem estar discutindo, não sei bem, estamos muito longe.
—ele não é o que você deve estar pensando que ele é— digo, mas ele dessa vez me encara de forma séria.
Henri —sei que não consegue notar mais a aura dele mostra que tem milhões de anos, você para mim ainda é uma adolescente— só fico com uma expressão de espanto bem óbvia.
Dragomir —quer mesmo ficar comparando idade no inferno, pois com a idade dela aqui é considera uma adulta vivida— acho que deve estar falando do fato da maioria aqui ser 14 anos.
Henri —como o pai dela permite isso?— talvez por que ele não veja as intenções dele de tão cego.
—não tem coisa melhor para fazer no seu aniversário que discutir? Por favor tio Henri, não estraga essa noite, meus pais o conhecem— temos sorte o suficiente para a música estar alta o bastante para ninguém ouvir, meus avós estão ocupados conversando, não devem reparar nisso.
Vejo que ele respira fundo, olha Dragomir de forma ameaçadora antes de se virar e se retirar de perto de nós.
Dragomir —seu tio é bem protetor hen— diz, mas apenas me viro para ele brava.
—o que diabos você estava planejando fazer se aproximando de mim dessa forma? Está querendo morrer!?— digo de forma séria, mas ele não demostra nenhuma reação.
Dragomir —eu só queria sentir seu cheiro— só fico pasma e sem entender.
—não ia me beijar?— vejo que ele apenas coloca a mão no meu cabelo.
Dragomir —eu não sou louco de fazer isso aqui no meio de todo mundo, mas se você quiser já é outro assunto— ???
—por que meu pai veio? Ele não é casado com a minha mãe, não tem o porquê de ter sido convi...
Dragomir —pelo que parece, Dagon vai com a cara dele, e também porque deve querer reconciliar o que nunca existiu entre Dante e sua mãe— por que meu avô está tentando dar uma de cupido?!
—isso nunca vai dar certo— quando falo Dragomir apenas sorriso e me leva até uma cadeira —eu pensei que você apareceria antes.
Dragomir —quando perguntei se eu podia ir até o castelo da sua mãe com você, não me respondeu, decidi então dar um tempo, acho que diferente de mim, você está bem com tudo em relação a sua vida— .....
Só fecho os olhos e abaixo a cabeça, as vezes eu queria esquecer esse fato, somente por um tempo, mas não dá.
—eu não quero te ajudar, não quero que o Raven morra, nenhum Deus para dizer a verdade— digo e ele me olha de forma séria por um tempo.
Dragomir —é, eu sei disso, é melhor não envolver você nos meus problemas, não quero que se culpe, por isso. Bom.... eu vim dizer adeus, abelhinha, foi bom passar um tempo contigo— espera aí! Como ele pode ir embora assim do nada, depois de tudo?!
—não vou mais ver você imagino?
Dragomir —acho que seria mais seguro para você só esquecer que eu existo, é isso— quando ele se vira eu fico plantada no mesmo lugar pensando seriamente em tudo, eu pensei de verdade que ele fosse me infernizar mais, ficar aparecendo do nada, tentando me convencer a participar dos seus planos estranhos, mas ele simplesmente desistiu, simples assim.
Só respiro fundo e sigo para o lugar que minha mãe e Dante estão a discutir, pois parece que se ninguém intervir vão ficar fazendo isso a noite inteira.
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Entre Mundos (Deuses Elementais)
Roman d'amourCristal é a princesa do purgatório, adquiriu um enorme poder que foi usado nela quando nasceu para impedir que acabasse falecendo por causa da má formação dos órgãos. O Deus da morte não ficou nada feliz por não poder fazer seu trabalho e riscar o n...