Capítulo 84

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Cristal

Apenas me preparo para ir visitar minha mãe, eu estou pensando no que dizer para deixar ela menos preocupada caso eu suma do nada.

Enquanto estou olhando para a parede sinto mãos quentes envolverem minha cintura, mas ao sentir o cheiro de whisky com canela noto que é óbvio que é Dragomir.

—Drago, por que você sempre envolve suas mãos em minha cintura?— pergunto curiosa enquanto sinto sua respiração quente em meu pescoço.

Dragomir —por que gosto de sentir você, e tenho a impressão que você também gosta disso, de me sentir— é muito convencido.

—eu tenho que ir falar com a minha mãe, lembra?— digo para ver se ele desgruda de mim, pois estar grudada em seu corpo está fazendo minha pulsação aumentar.

Dragomir —sim, estou pensando em ir com você, o que acha? Não posso deixar uma princesa tão linda e fofa como você andar sozinha por aí, pode ter caras por aí querendo se aproximar para seduzir você— ele está falando dele mesmo?

—tipo você, Drago?— pergunto me soltando de seus braços para olhar para seu rosto que está com um sorriso estridente.

Dragomir —eu não quero me aproveitar de você, só te ensinar coisas novas— ensinar o que?

—eu prefiro nem saber o que quis dizer com isso, eu já estou indo para lá, se puder me buscar amanhã ficaria agradecida já que eu não sei bem onde essa cabana se localiza, ainda mais por causa da barreira que protege esse lugar— digo e ele apenas concorda enquanto toca em meu rosto com seu polegar.

Dragomir —toma cuidado, não quero ver você machucada, Abelhinha— só encaro ele por um tempo.

—entendi, vou me cuidar, mas acho que não precisa de preocupação já que estarei no castelo da minha mãe—  falo prendendo o meu cabelo com uma xuxinha.

Dragomir —você por acaso está prestando atenção no calendário? Você vai fazer 19 anos daqui a dois meses, os cavaleiros da ordem vão começar a caçar você em breve, tome cuidado— ele está realmente preocupado... Eu nem tinha notado que meu aniversário estava chegando, pois parece que foi ontem o meu de 18 anos.

Isso significa que a cada dia meu tempo se esgota mais...

—eu já estou indo— falo me afastando dele e usando meu poder para aparecer no castelo de minha mãe.
(...)

Quando abro meus olhos noto que estou no Jardim, tudo está igual, é óbvio que estaria, minha mãe raramente gosta de mudar a organização das coisas.

Sigo para dentro do castelo para encontra-la, passo pelos corredores em direção ao escritório dela, mas para ao escutar uma conversa na sala de estar, é a voz da minha mãe, sigo devagar, pois sou curiosa e quero escutar.

Fico atrás da porta da sala de estar e coloco meu ouvido para conseguir ouvir melhor.

Eliza —eu fico feliz de verdade por ainda me tratar como antigamente, ruivinho— ruivinho? Ela está falando com o tio Alex imagino, é estranho ouvir minha mãe chamando um homem por algum apelido.

Alex —Eliza, você nunca vai deixar de ser quem é, mesmo que agora esteja longe, ainda é aquela garota inocente e confusa que sempre tenta fazer tudo dar certo, que coloca  a vida dos que ama a cima da sua— minha mãe é assim? Eu não conheço bem a personalidade dela por ser meio fechada, mas foi uma ótima mãe para mim, protetora e responsável.

Eliza —eu realmente estou feliz por ter vindo me ver, é um pouco estranho estar aqui sozinha, sem minha filha, estou preocupada, mas estou tentando conter a vontade de ligar para ela— mas eu não estou fora nem a dois dias..

Alex —é normal Liza, Dante também ficava assim quando Nathan entrou na adolescência e começou a sair, vai se acostumar e ela vai aprender a ter sua própria vida, é assim que as coisas funcionam.

Eliza —eu sei disso, por isso sempre tento suprimir essa vontade de querer ver ela sempre, pois sei que está bem e consegue se proteger, é forte, mais que eu na idade dela— ela parece tão solidária..

Alex —olha Liza, eu sempre vou estar aqui para você caso precise, ainda é e sempre será a minha rainha— ele é tão fofo.

Eliza —Alex, eu me sinto vazia por dentro, eu talvez nunca consiga retribuir seu carinho e amor por mim— o quê?

Alex —naquela época eu me importava, mas agora não mais,  mesmo que você não me amasse teríamos tido uma vida perfeita juntos, se eu não tivesse desistido do casamento— ele se arrepende? Eu não consigo entender, minha mãe acabou de dizer que não o ama, mas ainda assim ele a deseja ao seu lado.

Eliza —por que não tentar— ela vai mesmo fazer isso sem sentir nada?

Alex —majestade, eu posso?— eu tô ficando curiosa.

Eliza —você não precisa pedir permissão— por que eu estou ficando vermelha?! O que eles estão fazendo na sala?!

Penso em me afastar e sair dali, mas quando vou fazer isso acabo batendo na maçaneta o que me faz cair para frente dentro da sala, mas enquanto caia vi Alex por cima da minha mãe no sofá a beijando com um desejo que eu achei que um homem como ele não tivesse.

Quando cai de cara na tapete os dois olharam na minha direção assustados, eles parecem pasmos enquanto olham para mim.

Eliza —o que você está fazendo aqui?— ela parece assustada, com certeza não esperava que eu aparecesse do nada.

Apenas me levanto do chão e arrumo minha postura da mesma forma que os dois, mas por não conseguir conter o riso começo a rir.

Eliza —Cris, você estava ouvindo?— ela está me olhando fixamente, ela sabe que eu estava.

—eu não queria interromper você, só vim aqui para de tranquilizar sobre as viagens que vou fazer, mas acho que não está precisando— falo com um sorriso brincalhão —podem continuar o namoro de vocês, vou comer alguma coisa na cozinha, tchau mãe, tchau tio Alex.

Apenas saio do cômodo com um sorriso no rosto, estou pensando seriamente em pedir para Angelina uma poção do amor para minha mãe conseguir corresponder ao sentimentos dele.

Saiu capítulo dois da história A Maldição dos Gêmeos, dos irmãos da Eliza

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora