Capítulo 80

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Cristal

Quando volto ao vinhedo ao lado de Dragomir, vejo o olhar do meu irmão e de Arthur se virarem para nós, logo meu pai nos percebe, mas seu olhar fica sério, fico sem entender o porquê até sentir a mão do ruivo em cima do meu ombro, ele esta querendo arrumar problema, não é possível. Pensei que eles fossem amigos, ele estava tão respeitoso na frente do meu pai antes.

—qual o seu problema, meu pai vai surtar com isso! Vocês são amigos lembra?— falo baixo, pois não quero que cause problemas.

Dragomir —antes meu amigo, agora futuro sogro— diz com um tom de brincadeira.

—quem você pensa que é para achar que sou sua noiva?— pergunto antes de finalmente sentarmos perto do meu pai.

Dante —poderia tirar suas mãos do ombro da minha filha, Dragomir— meu pai parece extremamente irritado, Drago apenas tira o braço de meus ombros enquanto sorri.

Dragomir —ela estava com frio, só queria aquece-la, além disso, ela não pareceu incomodada—  mais que mentiroso!

Dante —Cristal, desde quanto é próxima assim dele?—  só piso no pé do ruivo irritada com tudo isso, só que ele não parece sentir nada, pois não mostra expressão de dor.

Dragomir —acho que a gente se apaixonou a primeira vista no aniversário dela, quando a pedi em casamento, sabe— só olho para cara dele pasma e sem acreditar em suas palavras, como ele tem coragem de dizer isso para o meu pai.

Dante —me diz que você não fez nada com a minha filha debaixo do meu teto?!— ele irritou meu pai completamente.

Dragomir —não fiz, não sou esse tipo de pessoa, mas quero que saiba que cuidarei bem dela, com minha vida, enquanto viajarmos juntos, e eu não estou pedindo permissão— ele falou isso com uma calma que fez meu pai travar e logo depois fechar os punhos em ódio.

Dante —como assim você não está pedindo permissão, eu sou pai dela!—  só reviro os olhos e me afasto um pouco, pois não estou afim de ver Drago tentando tirar a paciência de meu pai, inclusive ele já conseguiu.

Apenas me aproximo de Nathan e Arthur que estão conversando enquanto olham a situação.

Nathan —vai mesmo viajar com ele? Vocês mal se conhecem— se eu tivesse uma vida inteira para me preocupar eu com certeza não estaria fazendo isso, mas como são apenas cinco anos..

—se acredita que foi amor a primeira vista?— digo com um tom sarcástico o que faz ele revirar os olhos.

Nathan —não deveria brincar com esse tipo de coisa, o que vai dizer para sua mãe caso não volte para casa conosco?— ele parece preocupado com o desenrolar da situação.

—minha mãe já sabe que pretendo viajar por aí, vou ligar para ela para avisar que estou bem—  digo e ele apenas vem até mim e me abraça.

Nathan —se ele ousar fazer qualquer coisa contigo nós estamos aqui para você, papai morreria para te ver bem— diz logo se afastando de perto de mim, eu não duvido das palavras dele.

Arthur —se quiser que eu vá junto e te acompanhe— sei que ele é meu guarda costas, que se preocupa demais comigo desde criança, mas para os meus planos darem certo preciso ir.

—eu realmente preciso ir, sei me proteger então não precisa se preocupar, mas vou voltar com frequência no início, prometo— vejo que ele apenas força um sorriso ao ouvir isso, é um fofo, sempre preocupado comigo desde que éramos crianças.

Arthur —apenas se cuide, está bem? Se qualquer coisa acontecer com você sua mãe infarta— bem provável que isso realmente possa acontecer, preciso arrumar um marido para ela o mais rápido possível.

Corro até Drago e Dante, pois parece que meu pai realmente quer ir para cima dele, não sei metade do assunto que foi falado depois de sair.

—o que está acontecendo? Que clima pesado é esse?— pergunto completamente sem entender.

Dante —eu não aceito que você viage com ele! É uma mulher solteira, frágil e inocente, não deve ficar saindo por aí com um homem— ele está realmente irritado, mas não tá, eu preciso irritar ele mais um pouquinho.

—pensei que você ficaria feliz em saber que eu vou viajar com seu velho amigo e não com alguém que você não conheça— digo e ele trava no lugar.

Dante —eu não quero que você viage com ninguém!— apenas respiro fundo e abro um sorriso.

—quer dizer que me quer andando por aí sozinha nesse mundo cheio de pessoas maliciosas?— falo com um olhar surpreso o que faz ele de calar na hora.

Dante —você pode simplesmente viajar com seu irmão!— tento pensar em uma desculpa, mas não consigo pensar em nada.

Dragomir —acho que Cris, já tem idade o suficiente para não ser vigiada pelos outros Dante, deixa sua filha crescer, sabe que estará em segurança comigo— acho que ele não pensa mais isso não.

Dante —eu nunca odiei tanto você como agora, Dragomir— não duvido nada disso, um dois velhos amigos do meu pai querendo pegar sua filha, parece uma decepção enorme.

Dragomir —eu já vou, espero de ver de novo "sogro"— quando ele diz isso, meu pai vem na direção dele para bater, mas Dragomir apenas segura minha mão e quanto noto estamos em outro lugar, uma floresta verde, com uma casa enorme iluminada pelo céu azul.

—onde estamos, Drago?— pergunto confusa, eu nunca tinha visto o poder dele de viajar entre mundos, parece bem mais tranquilo que o meu.

Dragomir —a casa que costumo me esconder na terra, tem uma barreira que impede os deuses de nos sentir ou achar, vamos arrumar um quarto para você, passar na sua mãe e pegar suas coisas, quero que fique confortável durante sua estadia comigo, princesa.

—Drago, realmente pretende deixar seus planos para trás por minha causa?

Dragomir —eu quero aproveitar meu tempo perto de você, posso esperar mais alguns anos para realizar meus planos, mas não terei esse tempo contigo, não quero me arrepender disso— por que minha pulsação acelerou? Estou sentindo um friozinho na barriga agora.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora