Capítulo 42

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Cristal

Paro de andar em frente ao grande portão do castelo, estou com medo de chamar alguém de dentro para abrir, pois da última vez foi aquele ser pálido de cabelos prateados.

Nathan —você está bem Cris? Parece meio apreensiva— se ele soubesse o motivo..... não quero ser morta para ser feita de lanche..

—fique com a guarda alta, por favor— digo, pois não confio nem um pouco nessa falsa segurança que esse lugar passa.

Nathan —estou com a guarda alta desde que pisei aqui, não dá para relaxar, pois todo esse silêncio é meio desconfortante— pela voz dá para notar um pouco de incômodo mesmo.

Apenas levanto a cabeça pegando coragem, pois vou ter que gritar mesmo.

—OLÁ, ALGUÉM AI!— grito o mais alto que posso, até sinto que vou acabar perdendo a voz se sentar novamente, quando me viro para olhar Nathan o vejo tapando o ouvido, acho que não esperava que eu fosse gritar.

Nathan —da próxima vez avisa antes de gritar, quase me deixou surto— diz sério, apenas viro o rosto.

—se tiver uma próxima vez— digo e ele fica em silêncio, acho que o deixei apreensivo com a possibilidade da gente não sair daqui.

Antes que possamos discutir sobre isso  a porta começa a ser aberta lentamente.

Vejo que meu irmão trava no mesmo lugar ao olhar para quem está abrindo o portão, apenas respiro fundo antes de olhar para a porta, quando faço isso me deparo com o homem alto de três metros, não consigo deixar de reparar na sua pele pálida, cabelos longos e olhos azuis como gelo. Leviathan nos observa por um tempo,  depois abre a boca e range o dentes.

Leviathan —um almoço e um aperitivo, não podia ser melhor— não consigo deixar de tremer ao escutar isso.

Dou um passo para trás ao ver ele vindo em nossa direção devagar, engulo seco e me preparo para lutar mesmo sabendo que vencer ele é basicamente impossível.

******** —o que pensa que está fazendo com nossos convidados, Levi!— o ser pálido em nossa frente para de andar e bufa ao escutar a voz feminina atrás dele.

Leviathan —eu ia devorar eles, mas ainda não fiz nada, Angelina— ele parece bravo, está fazendo uma expressão parecida com a do Raven quando estou perto dele.

Angelina —e nem vai! Quem diabos devora os visitantes? Você não é um monstro sem consciência— vejo a loira passar por ele e vir em nossa direção com um sorriso alegre nos lábios —você voltou, Cris.

Só olho para Nathan para sinalizar que está tudo bem.

—é, eu voltei....

Angelina —pode ficar tranquila, não deixarei Levi devorar vocês— diz com a voz suave e firme, noto que o ser pálido suspira ao ouvir isso, inclusive deu meia volta e voltou para dentro do castelo.

Nathan —quem é você, mi lady?— ele parece confuso ao ver ela, talvez por imaginar que todos os deuses fossem como o Leviathan.

Angelina —meu nome é Angelina, sou a deusa que representa e cria o amor, e as destinações também, quem é você?— vejo que ele demora um tempo para pensar em responder, talvez por estar olhando demais para o decote do vestido transparente dela.

—o nome dele é Nathan, é meu irmão, acabei trazendo ele para cá sem querer, o Raven está?— digo e ela olha para meu irmão por um tempo, acho que já imagino o que ela está pensando, provavelmente quer fazer o mesmo que fez comigo quando pisei aqui.

Angelina —o Raven está no escritório dele com a Lyla, posso levar você até ele, mas seu irmão não pode ir com você, ele tem tendência a recusar quando tem um homem por perto, tem que fazer ele sentir pena de você— faz sentido para dizer a verdade.

—tudo bem Nathan se a gente se separar por um tempo?— pergunto e ele fica com uma expressão seria, acho que não quer se afastar por não conhecer o lugar

Nathan —ficaremos bem se nós separarmos lá dentro?— acho que ele não confia em Angelina.

—sim, fique tranquilo— digo e ele concorda.

Sigo Angelina para dentro do castelo, consigo ver a expressão confusa do meu irmão ao ver os vários cômodos sem porta, paramos em um lugar com uma única porta ao longe.

Angelina —já sabe onde é o escritório pelo que vejo, pode ir lá, cuidarei bem do seu irmão, fique tranquila— só olho para ela com a sobrancelha levantada por um tempo.

—se você diz...— por que estou incomodada com o fato de saber que a fixação dela não é mais em mim?

Me afasto dos dois e vou em direção ao único lugar com porta, respiro fundo antes de bater duas vezes, fico um tempo esperando até ouvir o destrancar da porta, preciso me preparar para me humilhar um pouco para conseguir sair daqui.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora