(5) Enchanted | 2012

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All I can say is it was
Enchanting to meet you

—Taylor Swift

Depois de quase duas horas de conversa, eu estava confusa sobre a personalidade de Matthew

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Depois de quase duas horas de conversa, eu estava confusa sobre a personalidade de Matthew. Ele falava com uma autoconfiança invejável, e olhava para mim como se eu estivesse completamente na dele -o que não era exatamente uma mentira. Mas, ao mesmo tempo, escutava as minhas palavras com muita atenção, tomava o cuidado de me oferecer água a cada alguns minutos e até fez um sanduíche para mim -não estava muito bom, mas ele tentou.

Acabei descobrindo muito mais sobre a sua vida pessoal, do que sobre a banda. Era difícil disassociar a sua imagem ao The Grave, mas foi interessante vê-lo descrever histórias sobre os meninos, sobre suas vivências animadas e sua adolescência, desconsiderando o fato de que tudo aquilo fazia parte de um universo completamente paralelo, para mim.

No meu ensino médio, eu estava me entupindo de afazeres para impressionar as universidades e tentando chamar atenção dos garotos do time de basquete. Matty estava formando uma banda, tocando em pubs proibidos para sua idade e implorando para ser visto por agentes.

O mais público relacionamento que eu tive foi com o meu namorado da nona série, quando uma velha da vizinhança tirou fotos nossas e mandou para minha mãe. Matthew teve uma namorada descrevendo as brigas e as intimidades dos dois nas redes.

O que eu entendia sobre música era um pouco de acordes e de composições, enquanto ele tinha um estúdio em casa.

Era loucura. Havia uma distância de um milhão de galáxias entre as nossas realidades, mas, de alguma forma, parecíamos ter nos entendido. Talvez o álcool tivesse ajudado, mas, ainda assim.

Já eram quase 3 da manhã, e nós tínhamos passeado pelos mais diversos assuntos. Desde a chegada do homem à lua, até as histórias da mitologia egípcia -que ele sabia de trás para frente, porque, conforme eu havia acabado de descobrir, parte de sua família era de lá, o que explicava os traços mediterrâneos em seu rosto.

—Eu não sei. -dei de ombros, dando continuidade a nossa discussão- Eu não consigo ver famosos que não fazem suas próprias músicas como artistas.

Esse era o assunto que havíamos chegado, em plenas 3 da manhã, depois de dois drinks cada e meia garrafa de vinho.

Eu não estava exatamente embriagada. Eu só estava alegre. Leve. Feliz para cacete, porque finalmente havíamos chegado ali. Não que toda a conversa não tenha sido inteira maravilhosa, mas... eu amava falar de música. Amava falar dos meus álbuns favoritos, dos impactos na indústria e de tudo o que tinha a ver com composições. Era por isso que eu havia escolhido fazer jornalismo, afinal. Era sobre isso que eu queria escrever, quando eu me formasse. RollingStones era tipo o trabalho dos meus sonhos.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora