(22) Californication | 2012

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The Sun may rise in the East
At least it settled in a final location
It's understood that Hollywood sells Californication

—Red Hot Chilli Peppers



Era muito divertido olhar Ammy e Mary conversando, de relance

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Era muito divertido olhar Ammy e Mary conversando, de relance. Elas duas eram meio opostas, mas, depois de duas horas de muitos cochichos, pareciam ter se entendido bem.

De vez em quando, Mary me olhava com certo julgamento, ou até surpresa. Ela balbuciou um "Não acredito que você fez isso", e um "Jesus, você é muito burro", e então Ammy sussurrava algumas coisas para ela que eu não entendia muito bem, mas que me faziam rir. A garota também fez expressões excitadas para algo que a diretora criativa da banda mostrava, no notebook, e falou, muitas vezes, "Não acredito que isso está acontecendo", enquanto olhava em volta.

No início, fiquei bastante impressionado com a forma que a menina estava se comportando, quanto a estar aqui conosco. Mas, depois, estava explícita a sua surpresa, e ela não tentava esconder seu nervosismo perto da minha amiga, ao contrário do que acontecia, quando estava perto de mim.

Depois de algum tempo de voo, acabei dando risada para Graham se aproveitando do instante em que Ammy havia ido ao banheiro, para tomar o assento dela, ao lado de Mary.

—Graham não vai devolver o meu assento. -ela disse, dando de ombros, enquanto se sentava na poltrona, ao meu lado.

Por mais que o objetivo do baterista não tivesse sido esse, fiquei agradecido, mesmo assim.

—Fiquei impressionado por ele não ter te expulsado antes. -sorri, e ela retribuiu, linda como sempre.

Se Ammy não acreditava que aquilo estava acontecendo, eu também não.

Por mais que eu tivesse as fotos dela, me trazendo a certeza de que sua existência era real, eu duvidei daquilo muitas vezes naquele mês. Achei que Ammy havia sido um anjo enviado para uma noite. Ou que era como a Cinderela, precisando sumir, quando as coisas se tornassem verdadeiras. Ou, sei lá, que ela apenas não estava interessada.

E, bem, agora ela estava se inclinando em minha direção, enquanto íamos para a Califórnia juntos. Jesus. Eu tentava manter a minha pose tranquila, mas eu estava feliz para caralho.

—Não conheço Graham Kane. Não sei como ele se comporta quando está apaixonado, mas... -ela virou em direção aos dois.

Graham enrolou o cabelo da menina entre os dedos, enquanto falava algo que a fazia rir.

—Eu conheço, mais que qualquer outra pessoa. -conclui o raciocínio dela- E ele está enlouquecido por Mary.

Eu disse, porque não era nenhum segredo, para ninguém. O baterista sempre foi mulherengo e gostou de pegar todo mundo, sem se importar com sentimentos. Mas, de alguma forma, ele virava uma florzinha quando estava perto da nossa amiga. Ele adorava conversar com ela, o que não acontecia com nenhuma de suas outras mulheres. E adorava tocar a mulher de maneiras carinhosas, e sem nenhuma intenção por trás, o que também era raro.

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