80 | Die For You

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I'm findin' ways to articulate the feeling I'm goin' through
I just can't say I don't love you
'Cause I love you

—The Weeknd

Vi a paisagem do amanhecer londrino, não tão simpática, mas que sempre me cativou, e suspirei profundamente

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Vi a paisagem do amanhecer londrino, não tão simpática, mas que sempre me cativou, e suspirei profundamente.

Matthew estava andando em velocidade alta, até chegarmos na cidade. Ele estava com expressões duras e pouco a dizer.

Mas, me respondeu, quando eu perguntei o porquê de ele querer ir ao The Londoner -hotel  que eu tinha uma reserva, em meu nome -quando ele, literalmente, tinha uma mansão gigantesca na cidade.

—Não há seguranças na minha casa. -explicou, sem querer falar muito.

Matthew estava estranho, mas eu também estava e eu sequer sabia porque tinha, simplesmente, aceitado ser carregada no colo por aí e ter ficado quieta, enquanto ele afivelava o cinto do carro e me levava embora.

Talvez, porque, independente da raiva que eu sentisse, o nó da angústia estava apertando a minha garganta e cada instante carregava o peso de brigar com ele, deixando claro que eu não podia simplesmente ignorar tudo. Eu hesitava em desobedecer o que ele tinha dito, naquele quarto, e passar mais dias em guerra.

Eu já tinha sofrido muito, por conta daqueles afastamentos.

E eu ainda não sentia vontade de me resolver completamente, já que estava afogada naquele sentimento conflitante, mas seria ainda pior se ele ficasse fora de minha vista.

A raiva, as brigas e todo o resto não passavam de um monte de orgulho ferido e medo de ver tudo se repetir.

Cansaço; havia um monte dele, também. O que foi perceptível, quando eu disse uma frase mais que comum, em nossas vidas.

—As pessoas vão nos ver entrando.

De relance, Matthew me olhou. Apenas por um segundo, mas já foi suficiente para fazer a eletricidade do meu corpo se tornar dolorosa.

—E essa é a última coisa para qual eu me importo, no momento.

Eu me importava. Eu me importava em ser vista em um hotel com ele. Principalmente, nas vésperas de vários anúncios importantes.

Mas, ao mesmo tempo, eu me vejo pairando na incerteza do que significaria apenas não me importar com nada daquilo. Seria difícil estar sob escrutínio público, mas, honestamente, a minha vida inteira não era assim?

Eu não já estava vivendo sob as especulações?

Exceto, é claro, que nesse momento eu tinha irritações e frustrações ainda maiores que a mídia e a opinião pública, sobre tudo o que acontecia entre nós dois.

—Eu não concordei com isso, sabia? -bufei, segurando os meus joelhos e tentando ignorar o seu rosto duro.

—Você está aqui. -ele declara, simplesmente.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora