89 |Nothing's Gonna Hurt You Babe

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Made you smiled and you looked away
Nothing's gonna hurt you, babe

—Cigarettes after sex

A sala estava iluminada por um abajur suave, que lançava um brilho quente sobre o sofá e transformava as sombras em algo quase acolhedor

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A sala estava iluminada por um abajur suave, que lançava um brilho quente sobre o sofá e transformava as sombras em algo quase acolhedor. Vênus estava enrolado no colo de Matthew, seu pequeno corpo peludo contrastando com a camiseta branca que ele usava. O gato impedia qualquer movimento brusco com a exigência silenciosa de conforto absoluto.

Matthew estava agindo diferente. Desde a visita à casa do meu pai, ele estava mais presente, de uma forma estranha. Como se não quisesse me deixar a só por nem um segundo. Quase me sufocando.

Eu não sabia o que estava acontecendo na mente dele, mas era impossível ignorar a inquietação que transparecia em cada gesto. Matthew me observava mais frequentemente, seu olhar carregando uma preocupação que parecia se aprofundar a cada instante. Ele vigiava meus movimentos como se precisasse se assegurar de que eu estava realmente bem, e checava qualquer detalhe que pudesse surgir sobre nós, seja nas revistas ou de algumas pessoas bem específicas.

Era justificável que ele estivesse assim. Haviam se passado pouquíssimos dias desde que soltamos as músicas para que o mundo inteiro pudesse julgá-las.

Estávamos no topo de todas as plataformas digitai e quase alheios do caos que estava rodeando por meio dessa influência estrondosa. Estávamos trancados nesta casa, um pouco protegidos, mas também sufocados, tentando equilibrar o sucesso inesperado e a constante expectativa que pesava sobre nós, para o Coachella.

Havia tanto a resolver. Precisávamos sair, apresentar o nosso som, cumprir com as promessas e os compromissos que estavam inteiramente associados ao fato de que tínhamos, da noite pro dia, soltado 6 músicas em conjunto, uma prévia de um álbum muito maior. E mesmo que fosse quase impossível ignorar isso, o Coachella se aproximava rapidamente, forçando-nos a concentrar a mente em uma responsabilidade que não podíamos adiar por nem um maldito segundo.

O mais estranho de tudo era pensar que este EP, que praticamente não tivera tido tempo para divulgação e tinha sido lançado com pouquíssimo aviso prévio, tinha se tornado o maior estrondo do ano. Era um sucesso avassalador, o maior número de plays que já vimos.

Talvez o silêncio ao redor dele tivesse dado espaço para que nossos fãs fizessem o trabalho por nós. Talvez a ausência de explicações tenha feito as pessoas prestarem mais atenção, tentando desvendar o que estava escondido nas letras, como se cada palavra fosse uma pista de algo maior e mais profundo.

Encostei a cabeça em seu ombro, sentindo o calor da sua pele através da camiseta fina, e ele começou a dividir o carinho entre mim e Vênus, que ronronava suavemente com o toque dos dedos de Matthew. Eu ri um pouco para a cena.

— Nós deveríamos ir ensaiar — ele disse, a voz baixa e exausta, como se o peso das responsabilidades estivesse pressionando suas costas. Seus olhos estavam semicerrados, e ele parecia preso no cansaço.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora