65 | Maroon

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"How did we end up on the floor, anyway?"
You say
"Your roommate's cheap-ass screw top rosé
That's how"

—Taylor Swift


Eu não sabia em que momento da noite ele se moveu, mas eu tinha certeza de que eu e Matthew não havíamos dormido abraçados

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Eu não sabia em que momento da noite ele se moveu, mas eu tinha certeza de que eu e Matthew não havíamos dormido abraçados. E, muito menos, não com o corpo dele fazendo peso contra o meu, ou com os seus braços me agarrando.

Fiquei no limbo entre dar um um sorriso para aquela cena, ou me sentir nervosa, por conta dela.

A rosto adormecido dele estava sob os meus peitos cobertos apenas por um lençol fino, e um dos braços estava em volta da minha cintura, segurando-a para si. E, de repente, parecia que não havia nenhum tipo de resistência contra nós, porque Matthew parecia tão doce e suave, enquanto dormia e eu...

Eu queria me proteger daquilo, porra. Eu queria me proteger da maneira como o meu coração estava errando as batidas, desde que chegamos aqui. Eu queria me proteger daquele sentimento de luxúria, e de bem-estar que ele estava me causando, porque eu simplesmente não suportava.

E eu queria sair correndo, na mesma medida em que eu queria ficar aqui para o resto da vida.

Apenas eu e ele. Longe dos comentários, e de todas as coisas que poderiam impedir isso de acontecer. Apenas eu e ele, fingindo que isso era o normal. Fingindo que não faziam sete anos que eu não acordava daquela maneira.

Engoli em seco, e aquele bolo na minha garganta parecia ter descido, rasgando-a inteira, quando Matthew se moveu, apenas um pouco. E foi só eu pegar o meu celular, para checar as horas, que eu soube que ele não estava dormindo coisa nenhuma...

—Fique quietinha. -o artista disse, com a sua voz ainda meio grogue.

—Hm?

Senti a respiração quente encontrar a minha pele e... pronto. Eu já estava arrepiada de novo.

—Você apenas... está ótima nessa posição. -ele bufou uma risada, enquanto movia a cabeça apenas um pouco, para me encarar.

Tive que prender a respiração, ao encarar os olhos sonolentos de Matthew. Mesmo o quarto estando um pouco escuro, por conta das cortinas, havia um feixe de luz chegando ao seu rosto e iluminando a sua íris, deixando-a em um tom mel.

Meio insegura com o meu movimento, levei minhas duas mãos até o rosto angular e marcado, e então senti os fios macios de seu cabelo, na minha palma, contemplando a sensação. Era difícil de aguentar o quanto eu estava gostando daquilo. Era perigosa a necessidade que eu tinha dele. Mas... foda-se, certo?

Depois de tudo o que tinha acontecido ontem, de nada adiantava eu erguer as muralhas de sempre, e fingir que eu não estava gostando daquilo.

A respiração de Matthew foi profunda, quando ele inclinou um pouco a cabeça, fazendo-a pesar um pouco em minhas mãos, como quem pedisse para eu continuar.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora