42 | sweet creature

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Sweet creature, sweet creature
Wherever I go
You bring me home

—Harry Styles

Ammybeth, Londres, junho de 2012

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Ammybeth, Londres, junho de 2012. Três meses depois da viagem à Los Angeles.

Eu estava em um camarim, com Matthew, e ele estava prestes a fazer uma entrevista para a RollingStone. Não era um compromisso meu, mas eu estava aqui.

Porque ele sabia que trabalhar para essa revista era tipo o meu maior sonho de todos os tempos, como estudante de jornalismo. E sabia que eu estava me divertindo para cacete, por vê-lo junto à sua banda, fazendo as coisas mais legais de mundo, e fingindo que estava tudo calmo.

Ele ia falar sobre o fim da turnê, sobre o lançamento do próximo álbum da banda e sobre a música que havíamos gravado juntos -por mais que tivéssemos cantado-a, em três shows, o que me fez surtar para cacete, ela ainda não estava disponível nas plataformas-. Ele estava prestes a ficar pronto, com o cabelo perfeitamente arrumado e charmoso, e as roupas muito bem escolhidas por Mary. E não estava nem um pouco afetado.

Aquilo era a sua vida normal. Mesmo sem os meninos por perto, porque hoje ele estaria sozinho com uma jornalista, ele não estava nem um pouco nervoso. Mas eu estava. Eu não ia participar de nada, só ia vê-lo falar -o que era uma das minhas coisas favoritas de toda a vida-, mas eu me sentia nervosa.

Porque ele ia falar sobre mim, por conta da música em que eu participava. Porque ver camarins, e gente tentando deixá-lo perfeito, lhe dando instruções e papéis sobre o que aconteceria em instantes -uma das coisas que descobri, nesse tempo, é que os artistas têm acesso às perguntas, antes de começar. Ou, pelo menos, na maioria das vezes, eles têm- e lhe dando aqueles aparelhos de som e tudo mais, eram muito excitante. E ele era, também.

Quando uma mulher passou por aqui, avisando que, quando ele estivesse pronto, já poderiam começar, Matthew passou a mão pelo cabelo, uma última vez. E me olhou, como se não fosse sair agora.

Não era a primeira vez que nós nos beijávamos daquela forma quente e inquieta, em camarins. Mas ali, parecia mais indecente do que o normal, já que a porta estava entreaberta, e ouvíamos passos o tempo inteiro.

Existiam poucos -ou nenhum- momentos em que eu não estava pensando naquela boca. Mas, ali, estava se tornando insuportável.

Matthew era tão bom. Ele cheirava à perfumes masculinos refrescantes e, às vezes, ao meu shampoo de mel. Ele tinha a pele macia, e os dedos ásperos, por conta dos calos gerados pelos instrumentos. Seus lábios inchavam com muita facilidade, quando ele estava me beijando, e eu gostava muito disso.

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