(33) Rock And Roll All Nite | 2012

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The party's just begun, we'll let you in
You drive us wild, we'll drive you crazy
You keep on shoutin', you keep on shout

—KISS



Eu não gostava de gravar em Los Angeles

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Eu não gostava de gravar em Los Angeles. O prédio era lotado de paparazzis, o que era bem irritante, e, de vez em quando, formavam-se pequenas ou grandes multidões na porta. Os equipamentos não eram os nossos, os garotos ficavam mais distraídos e Mark mais autoritário, porque o espaço era dele.

Eu também não gostava da ideia de ter outra pessoa gravando com a The Grave. Não sei porque, mas sempre me pareceu algo estranho, distante e que eu não queria fazer de jeito nenhum.

Mas, agora, eu não me importava muito com nenhuma daquelas coisas, porque Ammy estava aqui. E ela parecia uma criança saltitante no estúdio, o que tornava tudo melhor.

Ela perguntava sobre cada coisa, mexia nos instrumentos e na mesa de som, tinha curiosidade sobre as cifras e sobre tudo o que se passava ali. Ela parecia ver beleza em todo mínimo detalhe e, mesmo que parecesse impressionada, de... o estúdio combinava com ela de uma maneira tão familiar; como se Ammybeth tivesse nascido para estar aqui.

Confesso que fiquei um pouco envergonhado ao perceber que eu deveria admirar o estúdio, como ela estava admirando. Depois de tanto tempo nisso, a gente estava meio que familiarizado demais com o ambiente. Tê-la ali, nos ajudava a lembrar do quão incrível era poder fazer música.

E eu falava no coletivo, porque Ammybeth parecia ter trazido um sopro de vida para todos nós, conquistando cada um; Mark tinha amado-a, porque ela escutava o que ele tinha a dizer sobre o seu trabalho com tremenda atenção, coisa que não costumávamos fazer. Graham já estava criando piadas internas, Dylan já se sentia confortável para lhe encher o saco, Alex e Carly, como casal, já tinham lhe contado várias histórias que nem eu mesmo sabia, e Mary afirmou que Ammy era a primeira menina que eu coloquei perto deles "que não parecia querer cuspir em crianças, na rua".

Um pouco exagerado. Eu já tinha namorado garotas legais. Cecília, antes de começar a publicar histórias minhas e de me dar a certeza de que eu nunca iria querer estar com uma famosa de novo, era divertida, inclusive.

Mas, em geral, ela estava certa em uma coisa; Eu tentava muito. Eu ficava com muitas meninas, por muito ou pouco tempo, e tinha errado várias vezes. Ali, parecia um acerto. Principalmente porque ela estava cantando comigo da forma mais linda que poderia.

Ammy não olhava para mim, enquanto sua garganta se esforçava ao máximo para atingir a nota alta. Ela fechou os olhos, colocou uma mão sobre o diagrama, e a outra no microfone, deixando a sua alma transcender. E, por mais que eu tentasse não me desconcentrar, porque já tínhamos tentado aquele trecho mais de cinco vezes, era difícil.

"We Were Made For It" foi o meu maior acerto na carreira, porque envolveu Ammy. E trazê-la para Los Angeles foi o meu maior acerto da vida.


Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora