(15) forget about that night | 2014

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You can't blame me
For the night that I lost my mind
You can't see, well, I see it
His eyes looking into mine
That place was getting high

—Betty B.

••••••• Ammy, 27 de janeiro de 2014, meio dia e 33 minutos

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••••••• Ammy, 27 de janeiro de 2014, meio dia e 33 minutos.

Eu poderia dizer que havia acordado cedo, devido à minha equipe tentando entender o que deveria ser feito, depois de tudo. Mas, a verdade, era que eu não tinha dormido nem um segundo.

Desde o minuto que saí correndo daquele bar, como uma verdadeira covarde, que não conseguia sustentar os próprios discursos ou entender os sentimentos que lhe faziam ferver, a minha mente não tinha parado. Era tudo uma confusão que jamais teria fim. Enquanto eu e Matty existíssemos na mesma terra, seria impossível ter paz.

E eu estava tentando me esconder das minhas próprias decisões, enquanto me acaba em lágrimas, vendo o meu telefone apitar. Eu queria jogar aquela merda na parede.

Uma reunião de urgência, via FaceTime, havia acabado de terminar. E já tinham um milhão de mensagens de Matthew, de Sarah, de Nicholas e de todo o mundo que se achava no direito de me julgar.

Mas digo, nenhum deles estava com mais vergonha da minha própria postura, do que eu própria. Cacete, tinha a porra de um prêmio de "Álbum do Ano" na minha frente. Eu tinha ganhado o prêmio mais importante da noite, e fui embora da  festa de comemoração, para me jogar nos braços do homem que eu havia acabado de xingar, nos discursos.

E, agora, eu precisava lidar com as suposições -corretas- da mídia.

Eu e Matty havíamos sido tolos de achar que o bar de meia-idade era seguro. Agora, não havia nenhum lugar em que fôssemos anônimos. E, nossa única sorte havia sido a pouca dedicação daqueles idosos para tirar fotos, pois, a imagem que estava sendo discutida no Twitter, não tinha nitidez nenhuma.

Se não fossem as tatuagens de Matty, seus característicos acessórios e cabelo perfeito, mal daria para ter reconhecido-o, ali. E, me identificar era praticamente impossível, por conta das sombras.

E, então, aquilo me deixou brecha para ser uma covarde, mais uma vez.

Eu neguei. Mandei a minha agente de relações públicas falar para a RollingStone que não era eu, na foto. Que eu não queria gastar energias com Matthew, e sim com aquele principezinho que não me causava sentimento algum.

Na reunião com a minha equipe, mais cedo,  neguei que eu era a mulher no colo de Matthew Daves, enquanto eu olhava para as notificações no meu telefone. Enquanto eu o via pedir por uma conversa, nas barras de notificação, e perguntar se eu havia chegado em casa. Neguei que havia beijado-o, mas eu ainda conseguia sentir aqueles lábios febris nos meus. Neguei que eu tinha tido uma recaída, quando eu desejei me perder naqueles braços o tempo inteiro.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora