86 | Daddy Issues

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Ammybeth, Witney, Inglaterra -Cerca de 20 quilômetros de Oxford -, outubro de 2012

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Ammybeth, Witney, Inglaterra -Cerca de 20 quilômetros de Oxford -, outubro de 2012.

—Eu já te disse o que eu sei, Ammy. — Alex fala ao telefone, sua voz carregando um toque de impaciência. Pude imaginá-lo tirando o longo e sedoso cabelo loiro da frente do rosto, batendo os dedos na bancada e estando inquieto. Tentando manter a calma, mas claramente irritado. — Ele saiu ontem, no fim da noite.

Eu andava de um lado para o outro na cozinha, o telefone colado à orelha. Meu estômago estava embrulhado.

Porra.
Isso era importante para mim. Ele sabia disso.

Eu nunca apresentei alguém ao meu pai antes. E a primeira pessoa seria alguém que ele já não confiava nem um pouco, já que, em seu julgamento, todos no meio de Matthew eram astros irresponsáveis que adoravam virar noites cheirando cocaína e cometendo crimes.

Quase ri.

De repente, a ironia começou a me corroer por dentro: Meu pai não iria mudar de opinião — não com a maneira como Matthew vinha agindo.

Meu olhar vagou para o chão, os pensamentos nublados pela sensação esmagadora de fracasso, porque ele sempre confiou no meu julgamento, na minha capacidade de identificar quem valia a pena ter por perto. E agora, ele, no mínimo, me veria como alguém ingênua, tola.

Eu fechei os olhos, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Não era só a vergonha de estar naquela situação. Era o medo de que eu estivesse asssitindo o homem que eu amav desmoronar diante dos meus olhos, e não sabia como impedir.

—Ele devia ter chegado há horas — retruquei, a voz falhando de leve no final da frase.

Do outro lado, Alex suspirou, mas sua resposta veio sem muita convicção.

—Matty estará aí.

As palavras me atingiram como um tapa, mas não traziam o conforto que deveriam. A imagem dele desaparecendo na noite, sem nenhuma explicação, apenas deixava minha mente passeando por lugares perigosos.

—Ele comentou se passaria em algum lugar antes? — insisti, minha voz mais aguda do que pretendia. — Estou preocupada pra cacete.

Houve um momento de hesitação do outro lado da linha, como se Alex estivesse escolhendo as palavras.

—Eu... hm... Ele disse que passaria para ver alguém.

—Quem?

Alex demorou mais do que o necessário para responder, o que só aumentou minha irritação.

—Damian.

—Damian... o produtor? — Minha mente correu até a imagem dele junto àquela cena grotesca. — Aquele que estava com três prostitutas agarradas ao seu pescoço e claramente sob efeito de cocaína na festa em que eu o conheci?

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora