"-Você vai ser minha de novo -Matthew declarou, com a voz mais rígida, do que carinhosa- Não me importa quanto tempo vai demorar. Não me importo se você vai resistir. Mas acontecerá."
Quando o amor pareceu não ser o suficiente para mantê-los juntos...
I made it weird, I made it worse Each time I step outside It's social suicide
—Olívia Rodrigo
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Maya Young era uma das figuras mais caóticas, amadas e odiadas da indústria musical. Por mais que existissem um milhão de pessoas dispostas a falar merda dela na internet, ou dezenas de artistas para forçar rivalidade com a minha amiga em busca de atenção midiática, acho que a sua popularidade sempre seria gigante.
Suspirei, pensando em como diabos ela tinha tantos amigos, enquanto eu me encostava no bar. Me sentia um trapo.
O fato de eu ter visto Matthew derramar lágrimas no sofá da sua casa e, mesmo assim, eu ter permanecido com expressões firmes, parecia ter sido motivo para a angústia tomar proporções maiores. Eu deveria ter chorado. Deveria ter desabado, e depois ter me recomposto.
Porque agora, eu estava ainda com aquele peso, enquanto eu tinha que me concentrar em interagir com todas aquelas celebridades e subcelebridades, que compunham aquela enorme e animada balada. Se eu ficasse com a cara de merda momentânea, as pessoas comentariam. Sempre comentavam. Quando se é famosa e, principalmente, quando se é uma mulher famosa, a opção de ficar retraída não existe.
Tomei um gole do meu drink, enquanto olhava Maya tirar fotos com os seus convidados, todos lindos. Nenhum tão lindo quanto ela, que usava o cabelo meio preto e cheio de pedrinhas grudadas nele, um top cintilante com amarrações divertidas que pegavam até a cintura, de forma a contrastar com as correntes que envolviam a região, e uma saia transparente da mesma cor, que deixava a sua calcinha preta e sexy, propositalmente, à mostra.
Seu irmão estava me falando do quão ridícula era aquela roupa, enquanto nós brindávamos aquele coquetel doce e gostoso. Mas acho que ele não achava, de fato, ridícula. Se fosse qualquer outra mulher, Will, provavelmente, acharia linda.
—É tão engraçado como você fala dela, como se fosse uma criança. -eu ri, enquanto colocava o canudo na boca- Maya está fazendo 25, Will. Ela não precisa mais de você dando pitacos sobre o que pode ou não vestir.
—Como se alguma vez, na vida, ela tivesse escutado os meus pitacos... -ele resmungou.
Acabei rindo, mais uma vez. E observei o rosto extremamente marcado e angular de William.
Diferente de sua irmã, ele não tinha a descendência latina. A mãe dele era italiana, e morreu quando o menino ainda era jovem demais. O pai americano que ele compartilhava com ela, se casou com uma imigrante mexicana, gerando Maya.
Eles eram irmãos e foram criados juntos desde crianças. E faziam com que eu me perguntasse se, caso eu tivesse algum laço sanguíneo com os meus, se eu tivesse começado a conviver com eles antes da adolescência, eles seriam protetores e amorosos, como Will era com Maya.