87 | Ribs

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It feels so scary
Getting old

—Lorde

—Matthew, me escute

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Matthew, me escute. -A voz de Dylan parecia distante em minha memória, mas, ainda assim, fazia com que eu sentisse arrepios pela minha espinha. Relatar falta de memória era o comum, para pessoas que usaram a quantidade de substâncias que eu usei, naquele tempo. Mas eu me lembrava de quase tudo —Estou aqui com você, certo?

A confusão passava pela minha mente, enquanto eu estava sentado, no canto da sacada, com a cabeça entre os joelhos e o peito doendo com tantos sentimentos ruins, que eu não sabia explicar. Por que? O que tinha acontecido em minha vida para me fazer entrar naquele estado?

Nada. Estava tudo bem com Ammy, antes de eu mandá-la ir embora da minha vida, ou antes de eu começar a usar aquela merda. Estava tudo bem com a banda: até demais. Eu amava meu empresário, eu tinha bons amigos. Eu apenas era fraco, quando me pressionavam. Eu apenas era um garotinho patético, no fim das contas.

—Estarei aqui a noite toda.

Lembro de o meu olhar se levantando, em sua duração. Dylan relatou nunca ter me visto tão vazio, antes. Como se palavra nenhuma que saísse da sua boca fosse surtir qualquer efeito real, em mim. Eu era um morto-vivo.

—Não te deixarei sozinho. -ele repetia, enquanto me abraçava —Você não está sozinho. Eu e os meninos te amamos.

Ele estava enganado, quanto a ideia de que eu não conseguia raciocinar suas palavras. Eu tinha certeza de que Dylan havia salvado a minha vida, naquela noite. Graham, 3 noites depois, também esteve comigo durante uma das minhas piores. Alex... me salvou por completo, quando determinou que sairia da banda, se não pausássemos a turnê para me colocar em uma reabilitação.

—Você é importante para nós. Você não pode quebrar, ok?

As palavras ecoavam. E ainda se faziam presentes. Ainda me faziam vivo. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia exatamente o que eu estava sentindo naquela noite. Ou nas subsequentes, por longos meses.

—Eu quero morrer, D.

Eu lembrava exatamente do tom da minha voz, quando eu tinha falado. Eu lembrava exatamente das expressões de Dylan e de como ele tinha paralisado completamente, à minha frente. Uma confissão nua e crua: era o que eu estava oferecendo naquele dia.

—Não quero mais tocar. -eu solucei —Não dou a mínima para o que Ammybeth está dizendo sobre mim, nas revistas. Eu só quero sumir.

A primeira ação de Dylan foi digitar alguns números no telefone, e a hipersensibilidade sonora ainda era perceptível, na minha cabeça. Os sons das teclas. Ele desesperado, pedindo por reforço, afinal, os outros eram mais espertos que ele, em sua cabeça. Alex saberia o que falar. Graham seria mais duro, me obrigaria a tomar um banho e me enfiaria em um monte de cobertas, como se eu fosse uma maldita criança.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora