69 | Be My Mistake

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You do make me hard
But she makes me weak

—The 1975

Matthew & Natalie, outubro de 2018

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Matthew & Natalie, outubro de 2018


Ela era linda.

Eu via os seus cabelos cacheados e desgrenhados escorrerem pelos seus ombros, conforme ela se mexia e vinha em direção à mesa, e os seus olhos verdes como o da mãe, as maçãs do rosto perfeitamente adoráveis e... tudo o que eu pensava era que, não importava o quão linda fosse, ela estava sem brilho nenhum.

Há dias. Há semanas.

E eu queria muito dizer que a culpada tinha nome e sobrenome e se chamava Ammybeth Brown, mas não era verdade. O único culpado sou eu, porque tudo o que eu toco, eu consigo destruir, por algum motivo que nem mesmo os cosmos conseguem explicar.

Ela não reparou na caixinha acima da mesa, que eu havia colocado nessa manhã, e começou algum diálogo rotineiro sobre o sonho que teve na noite, mas eu não estava, de fato, prestando atenção.

Tudo o que eu pensava era que, quando nós dois começamos a namorar, minha cabeça estava tão doente, que simplesmente precisava de alguma coisa para se distrair. E ela... cumpriu aquele papel perfeitamente bem, por muito tempo, e eu, honestamente, não sei como eu estaria, se não fosse Natie e os meus amigos.

Ela sempre foi tão boa para mim. E eu estava adoecendo-a. Colocando-a no meio das minhas confusões sem sentido, as quais nem mesmo eu gostaria de estar inserido, e sendo um péssimo namorado em todos os sentidos que existia.

As pessoas costumavam dizer que Natalie teve a minha melhor fase, porque eu estive inteiro e completamente sóbrio, naquele período de dois anos. Mas não era verdade. Por mais difícil que fosse reconhecer, eu sabia que havia sido a minha pior de todas.

A fase em que tudo girava em torno de mim. Tudo era sobre eu não colapsar. Tudo era sobre não me deixar frágil, porque se não... eu surtaria e voltaria ao meu estado totalmente adoecido.

Eu nunca pude dar a ela meus melhores dias. Ou a minha atenção completa. Ou... qualquer uma das coisas que eu dei a Ammybeth, quando o que eu sentia por ela, ainda, não era ódio pleno.

Mas eu poderia tentar consertar, certo? Eu... poderia lhe dar um matrimônio. Uma vida estável. E tudo se compensaria.

Mas, quando as palavras de fato saíram da minha boca, e sequer foi um pedido, e sim uma sugestão do tipo "Natie, eu acho que deveríamos casar.", eu me senti... tão mal. Tão horrível. E eu nem sabia com o que.

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