"-Você vai ser minha de novo -Matthew declarou, com a voz mais rígida, do que carinhosa- Não me importa quanto tempo vai demorar. Não me importo se você vai resistir. Mas acontecerá."
Quando o amor pareceu não ser o suficiente para mantê-los juntos...
You fell in love and you both let go She was crying on my shoulder
—Billie Eilish
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Meus olhos caem sob o corpo de Matthew, conforme nós todos descemos do carro em um quase silêncio, depois da entrevista. Não conversamos sobre rumos, números ou o que tivera sido discutido durante quase duas horas diante de câmeras e microfones, enquanto estávamos naquele trajeto de volta.
Graham me perguntou alguma coisa sobre Liam, eu respondi com singelo e, de repente, meus olhos encheram de lágrimas. Foi quando todos decidiram me deixar processar um pouco o que tinha acabado de acontecer.
Eu estava um pouco abalada. Mas... não por ele.
Era como se por um segundo, eu tivesse todo o controle social da situação em minhas mãos. Como se eu tivesse a capacidade de mudar a ligeira opinião pública sobre quem éramos -eu, Liam, Matthew e a The Grave- e o que representávamos. Era como se eu estivesse jogando dados com milhões de pessoas, tal qual eu fazia quando lançava músicas sobre todas as minhas situações de merda com Matty.
Apenas um pouco de arte. Um pouco de diversão e de perversidade poderiam mudar todo um cenário, e poderia ser muito, muito bom fazer aquilo.
Iríamos mergulhar naquele marketing, afinal. Porque os vídeos que faríamos para divulgar o álbum... toda a ideia que surgia nas nossas cabeças... era sagaz. Era esperto.
Mas, esquecendo tudo o que poderia se transformar em arte, por alguns minutos, sentada naquela cadeira de rodinhas enorme, de frente a um microfone, eu tive um pouco de pena de mim mesma.
Afinal, eu estava colocando a cara à tapa. Eu estava expondo Liam -coisa que eu sabia já estar gerando consequências-, eu estava praticamente jurando amor eterno a Matty e prometendo coisas sobre o meu comportamento futuro, na banda, que eu não sabia se conseguiria cumprir. Eu estava criando mais expectativas, mais ideias sobre mim, que me fariam viver em uma epifania eterna.
Deus, eu tinha 27 anos. As coisas que eu fazia e dizia... não deveriam ter um milhão de testemunhas. Eu queria, algumas vezes, não ter que dar explicações. Eu queria que isso não afetasse a vida de todos ao meu redor.
E se o álbum não fosse tão bom para o público? E se Liam assumisse mais comportamentos estranhos, quanto a mim? E se eu não me encaixasse mais na The Grave, como antigamente? Ou pior, e se meu amor por Matthew não nos levasse para frente, no futuro?
As pessoas estarão assistindo. Observando. Analisando... E isso era tão cansativo...
Naquele momento, olhando o corpo alto de Matthew se mover, eu só pensava em como seria bom passar algumas horas dormindo sobre ele. Depois de uma noite turbulenta, uma manhã ocupada e uma tarde desgastante, eu... queria mais dele. Muito mais.