92 | Arsonist

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Can I take the blame
for everything you hate?

—Halsey

—Consegue ouvir isso? -pergunto a Ammy, e nós dois rimos em direção ao nosso quarto

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—Consegue ouvir isso? -pergunto a Ammy, e nós dois rimos em direção ao nosso quarto.

Ela me olha de canto, os lábios se curvando em expressões preguiçosas e felizes ao mesmo tempo, ao perceber o que estava tocando na rádio do hotel.

Lustres de cristal pendem do teto, lançando reflexos que dançam pelas paredes, e os pisos impecáveis de mármore refletem nossas sombras. O ambiente parece combinar com a energia que emana de nossos corpos, naquele instante. Como se estivéssemos distante demais de qualquer coisa que fosse ordinário.

Ammy me dá um sorriso singelo, e eu mal consigo me lembrar de quão carrancuda ela estava uma hora e meia atrás, quando viu as notícias sobre Liam. Eu tinha que agradecer aos garotos por terem distraído-a minimamente do assunto, porque agora parecia que a energia pré-show estava começando a correr em suas veias.

Seu cabelo ruivo estava formado por ondas e havia um óculos escuro pendurado no topo da sua cabeça, impedindo-os de cair em seu rosto. Ela usava uma camiseta preta com o meu nome amarrada na cintura e uma calça que a deixava simplesmente deliciosa. Mas nada era tão incrível quanto o seu sorriso, quando se junta à melodia.

—"We lit up LA, we were fireflies
The legend of us, in chaos and lust
Still standing in the dust "

Ammy continua por mais alguns trechos, baixinho, mas seu rosto brilha com a certeza de que já estávamos colocando músicas nas rádios. Que já estávamos fazendo sucesso, antes mesmo de o álbum ser lançado. Antes do nosso show. Antes de  que mundo soubesse que ainda tinha muita, muita conexão a ser mostrada...

—Sempre te achei linda cantando. —Minha voz sai mais baixa do que eu pretendia, e eu mal consigo controlar aquelas palavras da minha boca. Soam automáticas.

—Que bom. —Ela inclina a cabeça de leve, o tom brincalhão de sempre, mas há algo nos olhos dela que me parece diferente... —Vai ter que aturar isso por muitas, muitas horas daqui para frente.

Aproveito o momento, deslizando meu braço em volta da sua cintura e puxando-a para mais perto enquanto continuamos andando. Ela deixa escapar um pequeno suspiro, e eu sinto o som antes mesmo de ouvi-lo.

—Quase uma prece atendida. —sussurro, e os olhos dela se levantam para encontrar os meus.
—Jura? —Ela envolve o meu pescoço com os braços, o sorriso crescendo de forma lenta, quase perigosa. —Existe algo mais nas suas preces que eu poderia realizar?

Meu corpo inteiro reage antes mesmo que eu consiga processar as palavras.

—Quanto tempo temos? —pergunto, tentando não deixar a voz sair arranhada.

Sei que Sarah está vindo para cá, a pedido dela, e que em breve haverá uma reunião sobre as próximas matérias jornalísticas da The Grave.

Esse é o tipo de coisa que deveria ser uma questão para todos nós, inclusive para Mark e Natalie, que sequer tinham chegado de Los Angeles. Trabalhamos com a mesma equipe de mídia e relações públicas há anos, e ver Ammy trazer sua amiga universitária para liderar o nosso envolvimento midiático, no momento mais explosivo de nossas carreiras, deveria ser um pouco irritante.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora