wake up!

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— Que ótimo, você está acordando.

Não, de novo não... pensei, quando mal acordei e a primeira coisa que vi, corrigindo, a primeira pessoa que vi, foi Natasha. Era mesmo o que eu precisava, o que eu pedi.

— Onde eu estou? — murmurei. — Minha cabeça dói tanto.

Minha última frase saiu como um sussurro, quase inaudível, mas Natasha estava tão desnecessariamente perto que se eu soltasse o ar do peito com um pouco mais de força, nos beijariamos, eca.

— Eu sei, pequena. — disse, os olhos vermelhos irritados, presos em meu rosto e em cada mínimo movimento meu. Ela andou chorando? Qual era o problema dessas pessoas e todo esse chororô? Eu estou morta? — Eu vou chamar o médico, você me deixou preocupada. — então não, eu não estava morta, mas estaria em minutos se isso continuasse.

Ela se afastou, como naquele sonho, me abandonou para trás, repleta de dúvidas, a mais gritante, por que ela estava sendo tão gentil? – e, dor, o meu corpo estava tão pesado, como se um caminhão tivesse me atingido e só pra ter certeza de que eu estava recebendo o que merecia, deu ré e me quebrou outras duas vezes.

Eu bebi?

Só pode ser, eu devo ter bebido tanto noite passada, era a justificativa plausível para tudo isso, só a minha versão mais loucona e chapada, acordaria numa cama ao lado de Natasha Romanoff.

Eu acho que eu vou apenas encostar a minha cabeça aqui e me deitar mais um pouquinho, é só ressaca, isso já vai passar, eu espero.

「 ... 」

3 HORAS MAIS TARDE.

Pela terceira vez naquele maldito dia eu estava acordando, mas eu nunca parecia me livrar desse pesadelo. As vozes eufóricas a minha volta indicavam que eu, infelizmente despertei no mesmo lugar, nada mudou. Talvez fosse o meu castigo por não ter aceitado ir pra casa com Natasha, talvez ela me atropelou com a sua moto ao não aceitar um não como resposta, com certeza e, agora eu estou morta e presa no inferno, no inferno dela.

Eu definitivamente estou morta agora.

— Ela vai morrer? — escutei alguém sussurrar, a voz estava mais madura do que eu me lembrava, mas não fez diferença, eu a reconheceria em qualquer lugar, minha irmã.

— Cèline? — chamei e quando a minha visão enfim se focou, eu a vi, ela estava aqui.
— O que você fez com o seu cabelo? Cadê as mechas rosas? — estiquei o braço e toquei os seus fios caindo no rosto, o seu cabelo era completamente preto agora, nada rebelde, ela estava a cara da mamãe. — E você está grávida? — eu sussurrei, me lembrando dos absurdos que escutei mais cedo.

Esse era provavelmente o dia mais longo do ano.

— Eu estou e nem vem, você apoiou a minha decisão de mudar o cabelo. — ela assentiu, tocando a sua mão sobre a minha. — E sobre o bebê, você me ajudou com a escolha do nome. — a mão se afastou da minha e tocou a própria barriga já aparecendo –, orgulhosa.

— Quando foi isso? — franzi o cenho, não conseguindo desviar os olhos da melancia embaixo da sua roupa, e que roupinha viu. Eu me esforcei para encontrar em meu subconsciente tal lembrança, mas nada, era apenas um borrão escuro aqui dentro, o porre foi brabo. — Cèline, você só tem 17 anos, os nossos pais estão sabendo sobre isso? Pior, quem é o pai?

— O que? — ela pareceu se assustar com a  minha pergunta e se afastou bruscamente.

O que eu disse de errado?

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora