we need to talk.

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Na manhã seguinte, Natasha me acordou as pressas, alegando que eu iria me atrasar – eu não sei de onde ela tirou isso... nunca aconteceu antes. Eu me levantei em um salto, mais do que nos dias que se passaram, eu estou animada para a aula de hoje, a sala que aparentemente mandei reformar em meus dias mais lúcidos, ficou pronta, Natasha disse que já posso lecionar lá.

Mas não hoje, hoje o meu público é outro, estou ensaiando um casal para a dança final para os convidados na festa de casamento, o que também é emocionante.

— Podemos ir?

— E a Ceci ficará com quem? — pergunto ao caminhar em sua direção, aproveitando para ajeitar o cachecol.

Natasha me para no corredor e me deixa um beijo rápido, me tendo sorrindo tímida para ela.

— Ela ainda está dormindo, precisei chamar a babá. — informa, mas não esconde o sorriso satisfeito ao me reparar nervosa.

Como resistir a minha esposa maravilhosamente e desnecessariamente charmosa? Google pesquisar.

— E essa babá é de confiança?

— Sim, senhora. — dá dois passos para o lado, abrindo espaço para que eu passe em sua frente. — É a sobrinha da Carol, ou algo assim, já tomou conta da Ceci antes. Kamala é o nome dela, você gosta dela e a sua filha também, não se preocupe, ela é um verdadeiro amor.

Tudo o que eu menos queria era deixar a minha filha nas mãos de alguém em quem eu não confio.

— Sendo assim tudo bem. — concordo por fim.

Me impressionou um pouco ela ainda manter contato com a mulher com quem ela mais do que ajudou a trair a namorada anos atrás, mas ainda assim, não era pior do que ela ainda manter contato com Maria, o que sem perceber, ela já entregou que mantém de alguma forma. Então eu dou de ombros, ela não entregaria a sua única filha nas mãos de alguém não recomendável, de qualquer forma.

— E aí, como vai ser? Irá dirigir hoje ou... — falava, enquanto trancava a porta da frente.

— Eu não vou dirigir.

Ela ergue as mãos em sinal de rendição, concordando.

— Eu dirijo, então.

「 ... 」

Eu me encontro suada e exausta. Provavelmente é o pouco tempo que temos e os alunos precisam pegar a coreografia o quanto antes, então o trabalho tem sido dobrado, mas meio que me fez sentir falta das crianças, que por sua vez não tem o ritmo tão acelerado, não seriamente falando, aqui estamos trabalhando pra valer.

— Nina, a sua esposa está te chamando. — América praticamente invadiu correndo a minha sala e avisou, antes de dar meia volta e voltar para o seu próprio ensaio.

Ela conseguiu um espaço em uma competição maneira que é até televisionada, desde então não tem desperdiçado um só segundo do seu tempo.

Eu me levanto do chão, carregando comigo a minha garrafa de água que estava por perto e quando saio no corredor logo a vejo, falava ao telefone com alguém, mas ao se dar conta da minha presença, se despede e guarda o celular no bolso da calça.

— Me chamou?

Ela faz que sim em um movimento único com a cabeça e se aproxima, me segurando na cintura.

— Eu tenho que dar uma saída, outro problema no estúdio que só estando lá pra resolver, o encanamento dessa vez. — suspira frustrada. — Está tudo bem pra você se alguma das meninas vier te buscar? Eu posso ver qual estará livre essa tarde.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora