descobertas.

1.1K 152 26
                                    

— É um diário?

Eu observei em volta, me levantei, atravessei o quarto e analisei o corredor, esperei alguns bons minutos e nada de alguém aparecer, acho que era seguro dizer que eu estava de fato sozinha.

Só eu e aquele diário... eu, um diário e um pequeno problema chamado, curiosidade.

Poderia ser o meu diário, eu costumava ter um aos 13 anos, e como eu saberia sem ninguém por perto para perguntar e sem poder abrir?

Mas e se não fosse o meu diário?

O que eu faria?

Bom, eu poderia dizer que sem intenção alguma, um acidente fez com que o caderno caísse no chão, quebrou o cadeado, que infelizmente não era assim tão resistente quanto pensavam e assim as páginas acabaram abertas bem na minha frente, ou, se eu fosse um pouquinho sensata, poderia simplesmente guardar de volta no lugar, me levantar e esquecer que eu encontrei isso.

Dito e feito.

— Ops... — disse após quebrar o cadeado de propósito – eu disse, se eu fosse sensata – e realmente, não era resistente, eu o quebrei com minhas próprias mãos.
— Não acredito, que desastrada eu sou...

Folheei algumas páginas por cima e olha, essa pessoa tinha algumas coisas para dizer, tomara que a minha querida esposinha não volte tão cedo, eu levaria tempo para ler tudo isso, alguns dias, no mínimo.

— Davina... — ok, agora eu fiquei verdadeiramente curiosa, era a letra de Natasha, eu estudei com aquela infeliz anos o suficiente para reconhecer, ela escreveu o meu nome. — O que você andou escrevendo sobre mim, Natyzinha?

— Davina!

— Mas que porra. — quando eu estava prestes a ler a primeira linha, escuto portas batendo e alguém me gritar no andar de baixo, seguido do grito de uma criança, não era a voz da Natasha, pelo menos isso.
— Já estou indo!

Em meio ao desespero, apenas fecho o caderno e o jogo de volta onde o encontrei, de qualquer jeito, o cadeado não tinha mais salvação, de qualquer forma, então apenas o escondi entre o amontoado de caixas, voltaria aqui o quanto antes.

Eu abri a porta e andei apressada pelo o corredor, a voz infantil não parava de gritar o meu nome, me deixou levemente assustada, eu estava quase agindo no automático, achando que poderia ser Cecília, como se eu não tivesse mais o controle sobre o meu próprio corpo e meus sentidos pareciam estarem mais aguçados do que nunca.

Tá, e agora, isso é o que ser mãe significa?

— Kate? — paro no último degrau e não posso deixar de respirar aliviada quando me dou conta de que não era a minha pequena.
— Que gritaria toda é essa?

Eu tentei ficar zangada, mas quando a menina me viu e sorriu para mim, foi o mesmo que ver a minha irmã.

— Titia Nina! — exclamou, envolvendo as minhas pernas em um abraço apertado, por pouco não me levando cair de bunda no chão em meio a sua empolgação.

— Maeve... — sussurrei o nome, era realização em meu tom de voz, como se eu estivesse a vendo pela primeira vez e, na teoria, eu estava. — Onde está a mamãe? — toquei os seus cabelos castanhos e ela ergueu o olhar até mim, exatamente como ver a minha irmã.

Eu estava impressionada e... feliz? Eu não sei, ela era um pedacinho da minha irmã, bem ali.

— Ela está ocupada com coisas para o meu irmãozinho. — sussurra, como se estivesse me contando um segredo, eu não era capaz de conter o sorriso, ela era tão linda.
— E a Cecília, ela está em casa? Eu vim pra gente brincar. — deu pulinhos.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora