naked.

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Romanoff me seguiu escada acima, como se eu fosse uma criança ainda aprendendo a caminhar e precisando de supervisão e agora, sem o mínimo de desconfiometro, permanecia escorada no batente da porta do banheiro, os braços cruzados e me encarando.

Ela estava esperando para ver se eu estava usando sutiã, por acaso?

— Er... você pode ir agora. — gesticulei, sinalizando a saída.

— Claro, me desculpe. — se remexeu, constrangida, ao se afastar minimamente, como se tivesse tomado um choque de realidade. — Eu costumava te assistir se despir, foi só... eu me esqueci que... me desculpa. — ela negou e eu abri a boca com a revelação, que tipo de pervertida ela era? E como eu permitia algo do tipo? — Enfim, eu não precisava ter dito isso. — murmurou consigo mesma. É, e não precisava mesmo.
— Se precisar de algo, é só gritar.

— Pode deixar, eu me viro aqui, o quão difícil pode ser tomar um banho, não é? — em outras palavras, desaparece e me deixa respirar um pouco.

— Tchau. — a ruiva bateu a porta, me deixando sozinha, exatamente como eu queria.

É impressão minha ou eu acabei de deixar Natasha Romanoff com vergonha?

— E... falando em sutiã, os meus peitos cresceram de verdade. — comentei, ao assim que arranquei a minha blusa, eu havia feito uma anotação mental ainda no hospital, de checar o meu corpo quando tivesse a oportunidade e depois de ouvir sobre uma tatuagem em algum lugar, estava um pouco mais curiosa agora. Eu reparei os volumes na peça íntima, eu costumava nem precisar dessa coisa. — E são tão macios... — constatei assim que os apertei, sem vergonha alguma. — Será que são bonitos? — perguntei como se eu fosse mesmo receber alguma resposta de uma segunda pessoa, falando em segunda pessoa, antes de tudo, chequei mais uma vez para ter a certeza de que Natasha tinha realmente me dado privacidade e, ao constatar que sim, andei até parar de frente para o enorme espelho na pia e retirei a renda preta, a descartando no cesto de roupas suja por perto. — Sim, eles são lindos.

Eu sorria orgulhosa para o meu próprio reflexo, o meu corpo mudou tanto, era no mínimo, diferente... me reconhecer como uma mulher adulta, uma mulher adulta tatuada, eu reparei no desenho de duas pipas e uma linha próximo a minha cintura, meio que me fez querer ter mais algumas espalhadas.

Eu era incrivelmente sexy, tipo, gostosa.

Os meus seios não são exatamente fartos, mas cabem perfeitamente bem na palma de minha mão, perfeitos para apertar e, a minha cintura fina, pernas durinhas e bumbum empinado, não querendo me gabar –, indicava claramente o quão obcecada pela a minha saúde corporal eu me tornei, só mais uma coisa que eu aprendi a gostar durante os anos, como da psicopata no cômodo ao lado... – era academia ou algum outro tipo de exercício tão eficiente quanto? Porque tipo, eu sei que eu não nasci assim.

Dei de ombros, eu iria descobrir em breve.

...

— Que porra, eu esqueci a toalha. — resmunguei, após provavelmente uma hora, não foi por querer, o tempo se arrasta diferente quando você está perdido em pensamentos dentro de uma banheira com espuma e pétalas de rosas – agora eu estava com frio e nenhuma toalha a vista, eu não queria, mas teria que chamá-la, droga.
— Natasha?

Eu tentei soar o mais alto que achei necessário, não gostaria de ser a responsável por despertar Cecília, não sabia que horas era e, quando ela não me respondeu, eu caminhei até a porta, abri parcialmente, o suficiente para a minha cabeça passar pela fresta e eu poder enxergar o que estava acontecendo.

— É claro... não é atoa que não me escutou. — praguejei, quando a avistei esparramada na cama, adormecida –, hm, ela ficaria dolorida se continuasse naquela posição, mas não era isso o que importava agora, eu estou nua!
— Merda, merda, merda. — eu analisei uma última vez aquele banheiro, talvez tivesse um pedaço de pano qualquer para me secar, quem não deixa as toalhas prontas no banheiro? Por um segundo eu pensei em usar o papel higiênico, mas uma vez seca, o que eu iria vestir? Eu teria que sair pra fora, nem a pau eu repetiria alguma coisa do cesto de roupas sujas. — Natasha?

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora