she's amazing.

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Estamos assistindo a um filme, Natasha e eu, Imagine Me&You, é bastante romântico, mas eu estou curiosa sobre outra coisa.

— Natasha? — ela desvia o olhar da tv em nossa frente e o deposita sobre mim.
— Eu quero te perguntar algo, mas não precisa me responder, se for íntimo demais.

Ela arqueia as sobrancelhas e continua me olhando do jeito mais intimidante possível.

— Nós temos uma filha juntas, eu não sei o quão mais íntimo isso pode ficar, mas manda ver. — me incentiva.

— Beleza, é que... você tem outras tatuagens?

Ela morde o lábio inferior, ela não estava esperando por isso especificamente, mas sorriu, se divertindo com a pergunta.

— Eu tenho sim, nas costas. — aponta e eu abro a boca, mais curiosa do já estive em toda a minha vida. — Quando completamos cinco anos de casadas... — me olha por cima dos cílios, ela soava nostálgica ao falar. — Bom, você brincou comigo e me perguntou se eu me lembrava de que flor era o buque que você entrou segurando no nosso casamento. — eu estou sorrindo, essa história vai ser boa.

— E qual era a flor? — semicerrei o olhar em sua direção, a desafiando, como se eu mesma soubesse a resposta, mas eu não sabia.

— Eu não fazia ideia, eram flores. — dá de ombros, simples. — E então por eu não saber a resposta, você colocou na cabeça que eu não prestei atenção em você no altar ou no quão bonita você estava.

Natasha faz uma pausa apenas para me encarar por mais algum tempo, como se eu fosse louca.

— Não me olha assim, você quem quis se casar comigo. — respondo em uma tentativa de escapar daqueles olhos.

Ela gargalha.

— Tudo o que eu fiz foi enxergar você... — continua e eu tenho a leve impressão de que já tivemos aquela mesma conversa antes, tanto que ela desiste de repeti-la, ela me achava mesmo uma louca. — Enfim, você ficou emburrada e eu já com saudades de dormir na minha cama, eu te pedi pra desenhar nas minhas costas qual era o buque e que eu iria adivinhar dessa vez.

— Eu não sou boa com desenhos. — comentei e fiz uma careta, imaginando que teria ficado horrível e como ela pôde permitir isso. — Mas eu sei sobre tatuagens, Cèline teve uma fase... ela achava que seria tatuadora e fazíamos tatuagens falsas uma na outra pra praticar, mas isso faz muito tempo e – eu paro, os olhos arregalados, percebendo que acabei de interromper Natasha de responder o que eu mesma perguntei, e gesticulo para que ela prossiga de onde parou. — Desculpa, isso foi rude da minha parte.

Ela nega, sorrindo e alega estar tudo bem, sempre atenciosa e gentil.

— Tudo bem, a tatuagem que eu tenho aqui, foi você quem fez. — ela diz por fim, sinalizando as próprias costas. — Bom, não totalmente, eu precisei ir a um tatuador profissional pra dar os retoques finais, mas o rascunho foi seu.

— Eu posso ver? — peço, tímida.

— É claro. — acena com a cabeça e se vira, se sentando de costas para mim, ela segura a sua camiseta pela barra e a ergue até os ombros, ela está sem sutiã, eu noto.

Eu estava sem jeito ao ter parte do seu corpo exposto para mim assim, confesso, pra mim, isso era íntimo o suficiente – mas ao colocar os olhos sobre o desenho das rosas cobrindo boa parte da sua pele, eu não pude evitar me sentir a mulher mais sortuda do mundo, ela as fez para mim.

— É simplesmente... linda. — eu estou tentada a tocá-la, mas afasto os meus dedos ansiosos bruscamente, antes que ela perceba. Ela parece tão... macia e doce, tanto que eu me pego boquiaberta, salivando. Eu nunca estive tão grata por ela estar de costas pra mim.
Er... então, eu já vi, você pode se vestir agora. — eu fico nervosa em apenas admirar um pedaço dela, e me forço a encarar a tv que ainda rodava o filme, estavam quase na cena do engarrafamento.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora