a hora da bolha ━ parte 2.

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Eu estou tentando passear pelo o parque, explorar a área, que era extremamente grande, enquanto o restante do pessoal não chega – mas no momento, parecia ter encolhido para a quantidade de pessoas, a maioria sendo crianças e adolescentes, correndo em montes por ali, ou era porque todo mundo da cidade decidiu faltar a aula no mesmo dia.

Mas não, já passamos por esse parque algumas vezes e ele estava sempre lotado assim mesmo, talvez pelos brinquedos espalhados, como cadeira de balanço, gira-gira, escorrega... era um lugar atrativo para os pais que moravam por perto, soltar as crianças e deixá-las gastar toda a energia antes de voltarem pra casa.

Por aqui era calmo, apesar das risadas altas e correria de um lado e gritos e empurrões do outro, calmo e agradável.

— Engraçado. — escuto a voz de Natasha logo atrás, ela vinha me supervisionando enquanto aproveitavamos a companhia uma da outra em silêncio, até agora. 

— O que é engraçado? — eu a olho, confusa pela as risadinhas que começaram de uma hora para a outra.

— É que eu estou reparando... — começa e aponta primeiro para Cecília que acabara de encontrar alguns amiguinhos na fila do escorregador e tagarela divertida, em seguida aponta para mim. — E você nunca perde esse olhar de mãe babona e orgulhosa.

Eu estava prestes a pontuar pela milésima vez que era uma reação e sentimento qual eu não podia evitar, não quando eu tinha Cecília como filha, mas eu paro, surpresa quando perdida entre as crianças, está Maeve.

Eu tinha a certeza de que era ela lá na frente, colocando gelo dentro das calças de algum garoto qualquer.

— Espera, a minha irmã está aqui?

Eu a procuro em todas as direções, Natasha faz o mesmo, mas não tão desesperada para encontrá-la quanto eu estou.

— Eu não sei, amor. — ela balança os ombros e quando ambas nos viramos, lá estava ela.

Cèline anda até mim com uma certa lentidão, eu não saberia dizer se era a barriga complicando e os pés inchados sendo engolidos pela neve a cada passo, ou se era pelo o amontoado de roupas que ela usava que estava pesando no seu caminhar, era como ver uma versão maior de Cecília.

Para facilitar, eu peço que ela espere e corro até a minha irmã, a abraçando demorado.

— Que bom te ver... — ela murmura, tendo a voz abafada pelo o cachecol grosso envolto de seu pescoço. — E que bom saber que você manteve isso com Cecília. — se afasta e eu sabia que ela estava se referindo ao pequeno ritual da bolha, que por sinal, era mais famoso do que eu imaginava. — Inclusive o papai trouxe as coisas que pediu.

Diz e sinaliza o homem em vestimentas de frio combinando com as de mamãe, que atravessavam o parque agora mesmo – antes de sair para ir dizer oi a minha esposa, que já não estava mais ao meu lado.

Eu olho na direção em que Cèline seguia sofridamente, e eu a vejo, Natasha próxima de Kate, que por sua vez começava a sua própria guerra de bola de neve com as crianças envoltas dela, as nossas inclusas.

Eu via agora com os meus próprios olhos o que Natasha disse sobre a família acompanhá-las nas travessuras.

— Que ótimo, Clint está aqui também. — meu pai que parou ao meu lado agora mesmo, diz.

Ele indica o homem acompanhado de uma mulher, suponho eu, a sua esposa e as três crianças, seus filhos, a família se encaminha direto para Natasha, que parecia apenas esperar por eles, e conversam aparentando empolgados, até a ruiva se virar para mim e eles acenam todos juntos.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora