True Love ↷ Natasha Romanoff.

sisterhood.

Eu travei ali mesmo, na porta da cozinha, não consegui entrar quando escutei a voz calma e suave de Natasha vindo lá de dentro e ela rindo de algo que Maeve dizia, eu não quero mesmo ter que olhar para a cara dela agora, não enquanto ela está sendo extremamente adorável interagindo com a nossa sobrinha.

— Qual é o seu problema hoje, Davina? — Yelena me surpreendeu outra vez, ao surgir repentinamente e passar por mim, me fazendo pular de susto.

— Qual é o seu, problema? — passei, marchando direto para a cozinha, a empurrando levemente para sair do caminho.

— Ui, estressadinha. — eu ainda a escutei debochar, logo atrás, mas me perdi na resposta, quando meus olhos caíram sobre ela.

Natasha estava mesmo ali, sorrindo pra mim.

— Pequena... — ela deixou Maeve almoçando na mesa e, fez menção de que iria se aproximar para um cumprimento mais íntimo, mas parou no mesmo instante, como se estivesse com medo, que continuasse assim. — Eu te deixei mensagens avisando onde estava, conseguiu acessar? Espero que a Wanda tenha te ligado para dizer qual a sua senha.

— Wanda pra lá, Wanda pra cá. — Yelena resmungou entre a conversa, atraindo os nossos olhares, ela fazia careta.

Isso para mim tinha cara de ciúmes, mas dei de ombros, ela não poderia estar com ciúmes logo de mim, podia?

— Enfim. — Natasha revirou os olhos, optando por ignorá-la também. — Eu demorei porque houve um pequeno probleminha com a nova coleção. — comentou casualmente.
— Mas nada que não pudesse ser resolvido.

Observando assim, realmente parecíamos como um casal, comentando sobre como foi o seu dia e essas coisas. E, tecnicamente éramos.

Eu quis perguntar com o que ela trabalha, de que coleção estava falando, mas não o fiz, na verdade eu não entendo ela se justificar tanto pra mim, eu não me interesso sobre o que ela estava ou não estava, fazendo.

— Pequena?

De novo aquele apelido, acho que ela sequer se dá conta que o usa, por que ela só não me chama pelo nome? Eu não estou acostumada com ela se dirigindo a mim de forma tão carinhosa.

— Uh? — nego, ando me perdendo em minha própria mente por tempo demais, sequer me lembro do que ela acabou de falar, ou prefiro ignorá-la. — O almoço chegou né? — procuro Yelena pela cozinha e quando a encontro, debruçada sobre o balcão, a vejo assentir, confirmando. — Ótimo, já comeram? Eu estou faminta!

Declaro e não faço questão de olhar Natasha no rosto ao passar por ela, eu não era capaz.

— Tá com vergonha, titia Nina? — Maeve tocou com o indicador lambrecado com o molho da carne que comia, na minha bochecha, assim que me sentei ao seu lado.

— Oi? — eu a acompanhei, desviando com pressa o olhar da bunda de Natasha que estava empinada para mim, quero dizer, não pra mim, pra mim, mas em minha direção. Ela tinha que ser tão vulgar pegando uma simples garrafa de refrigerante na geladeira? Parecia que fazia de propósito. — Não, por que eu estaria? — intercalei o olhar entre Yelena e a menina, Natasha ainda permanecia de costas pra mim.

— Está engraçada. — Yelena completou, empurrando um prato para mim, me olhava como se soubesse de todos os meus segredos, desde os mais sujos aos mais transparentes.

E você também não estaria? Se tivesse encontrado vídeos de sexo no seu celular e a pessoa com você, estivesse se insinuando em sua frente minutos depois, com as imagens ainda frescas em sua memória, os gemidos, eu a guiando para o orgasmo...