hold on.

661 92 27
                                    

QUINTA-FEIRA 10 DE DEZEMBRO DE 2023.

Nunca é uma sensação muito boa quando você acorda com o corpo pesado, como se eu tivesse dormido na rua e o caminhão, o maior dos maiores, tivesse feito baliza em cima de mim, ou quando a voz no fundo da sua mente, conhecida também como intuição, simplesmente não cala lhe dizendo que alguma coisa está totalmente errada. Você nunca sabe o que irá acontecer a seguir, ou se já aconteceu, quem foi, com quem será.

Simplesmente a sensação de impotência, me faz sentir péssima e está me deixando paranoica.

Desde a minha última conversa séria com Natasha, eu venho carregando uma carga pesadíssima de sentimentos – acho que eu sou o meu próprio caminhão, então. Culpa, principalmente, mesmo quando eu não me lembro de tê-la tratado daquela forma, eu me tornei alguém horrível e parte de mim não consegue parar de se questionar se não há algo a mais que Natasha me ocultou de saber, como se todo o resto já não fosse ruim o suficiente.

Já a outra parte, sinceramente, prefere não saber de mais nada, ver a Natasha chorar só adicionou mais drama ao que não poderia ser mais dramático e drástico e trágico... etc.

Ela parecia tão frágil.

Eu tenho que trabalhar para reconstruir o nosso casamento, do modo certo, eu preciso reconquistar a sua confiança.

Mais do que isso, eu preciso aprender a confiar nela mais do que qualquer coisa.

...

O dia hoje passou surpreendente rápido, talvez porque eu sempre estou sozinha quando as horas parecem se arrastar, o que não é nada justo. Agora Natasha não foi ao estúdio, no máximo passou dando ordens pelo o celular, eu amei aquilo. Eu gosto tanto da companhia dela e embora o trabalho seja necessário, quando ficamos em casa, só nós três, juntinhas, na nossa bolha, meio que me faz querer viver assim para sempre.

Cecília também, ela não poderia ter ficado mais feliz com isso, com Natasha em casa, passamos a manhã e parte da tarde ou de frente para a tv nos entupindo de besteiras ou brincando, e como se não pudesse ficar melhor, Natasha em algum momento insistiu para que usássemos a piscina. 

Eu implorei para Natasha quando ela me jogou em seu ombro e correu comigo para perto da borda da piscina, nitidamente não fui tão convincente assim ao dizer que não queria me molhar, ou molhar o cabelo, e em um piscar de olhos eu estava com a roupa encharcada.

Cecília, claro, não precisou de tal incentivo, ela sozinha arrancou as suas próprias roupas e se atirou na água de calcinha.

Esse momento me fez sentir como na cena daquela série onde a garota diz "how i love being a woman."

Uma mulher que ama outra mulher.

...

Já são 21:02PM agora e as minhas duas crianças estão dormindo, após um tempo na piscina lá fora Natasha passou a resmungar sobre dores na cabeça e no corpo, abaixo da barriga principalmente, ela parecia bastante incomodada. Eu instantaneamente me senti a pior pessoa do mundo por ter permitido que pulassemos na água, o tempo me enganou direitinho, não estava frio, agora ela provavelmente ficaria resfriada. Ou era o fato de ela não ter esperado aquele tempinho obrigatório depois de comer, para entrar, antes fosse o efeito da pizza entre outras frituras que comemos antes de ir nadar.

Era uma coisa boa que na Cecília eu conseguia mandar, ela sim era uma garota obediente, com Natasha eu tentava, mas tudo o que eu recebia eram provocações sobre o quanto eu fico sexy mandando e desmandando. Minha pequena apagou de cansaço, após mesmo reclamando de dor, Natasha ainda se esforçou para brincar de pique-esconde.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora