Já são alguns bons minutos que Natasha permanece na emergência, alguns bons minutos que eu ainda permaneço assustada, mais ainda, preocupada.
Havia muito sangue... isso eu nunca vou me esquecer.
Eu não quero que algo ruim a tire de mim, não agora que eu me acostumei a tê-la só para mim. Eu não posso voltar para a nossa casa sem ela, eu não posso voltar para a nossa filha e não ter o que dizer quando ela me perguntar cadê a mamãe?
Não agora que eu estou gostando tanto dela.
— Nina, não quer ir pra casa comer e descansar? — Yelena pergunta ao voltar para a sala de espera, onde estou agora, meu pai deu a notícia a ela assim que levaram Natasha. Eu apenas nego em um movimento lento com a cabeça, os meus olhos fixos em um ponto na parede. — Certeza? Sabe que pode falar comigo.
— Eu estou bem. — minto, mas ela com certeza sabe disso. — Quanto tempo mais até alguém aparecer pra nos dar notícias?
— Já já virá alguém aqui. — ela diz, é perceptível em seu tom de voz o quão apavorado ela também está. — Kate está vindo pra cá com a Cecília, eu disse que não era apropriado, mas ela é teimosa assim mesmo.
Eu forço um sorriso para ela. Isso era, Yelena costumava brincar que Kate era a irmã mais nova entre elas três, pois a teimosia era igual. Era por isso até que papai não estava aqui agora, precisou ir pra casa para ajudar mamãe com Cèline e Maeve, nesse ponto um movimento brusco e a vida de uma criança inocente é prejudicada.
Yelena percebe o meu estado e me puxa para o seu colo, me amparando, o seu braço envolto de meu ombro me conforta, e eu deito a cabeça em seu ombro, desfrutando do carinho.
— Parentes da Sra. Romanoff? — uma voz masculina, e até então desconhecida por mim, ressoa.
Eu imediatamente me afasto do abraço de Yelena e me levanto, andando apressada em direção ao médico, minhas mãos estão suando frio, tamanho nervosismo.
— Como a minha esposa está? — pergunto aflita, encarando o médico segurando a sua prancheta.
Yelena me acompanha e me segura pelos os ombros.
— Estamos tentando controlar a situação, mas a Sra. Romanoff perdeu uma quantidade considerável de sangue, ela precisa de uma transfusão urgente, porém, não temos disponível aqui o tipo sanguínea dela, algum de vocês é compatível?
— Só a mamãe Melina é compatível com ela. — Yelena falou mais para sí mesma, uma realização doentia a ocorreu.
— Eu sou A positivo, eu posso doar? — digo sem ter a mínima ideia de qual era o seu tipo sanguíneo, eu só precisava salvá-la, a qualquer custo.
— Não. — ele suspira e coça a nuca, a calma que ele parecia transmitir se esvaindo com os segundos. — Onde está a sua mãe? Precisamos dela aqui agora mesmo.
— Minha mãe está a horas de distância daqui, em algum lugar na Rússia, ela... — Yelena trás a mão para a testa, como se de repente ela ficou tonta, e cambaleando ela me apertou com a outra mão livre em meu ombro, estávamos em uma situação delicada aqui, mas me impressionou ela não se dar ao trabalho de saber sequer onde os pais viviam. — Você precisa fazer alguma coisa, você precisa salvar a Natasha. Eu amo tanto ela...
— Fique calma, Srta. Estamos fazendo o possível.
— Estão fazendo o possível? — pergunto soando incrédula. — Bom, o seu possível claramente não está sendo o suficiente, vocês precisam fazer mais!
Yelena me alcança outra vez, me segurando, eu agarro em sua cintura e me permito chorar, me sentindo como uma criança amedrontada.
— Yelena! — reconheço a voz de Kate, mas não me dou ao trabalho de me soltar de Yelena para olhá-la. — E aí, alguma notícia? O que aconteceu com a Natasha?
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True Love ↷ Natasha Romanoff.
FanfictionJá pensou na possibilidade, de que um dia, você poderia estar indo dormir uma adolescente e na manhã seguinte, acordar na cama, ao lado da pessoa mais deplorável da face da terra e, pior ainda, descobrisse que não apenas disse sim a ela, como também...