True Love ↷ Natasha Romanoff.

minha esposa.

Eu ouço duas batidas na porta e deduzo ser Natasha procurando saber se eu estava pronta, permito que ela entre e no mesmo instante tenho um vislumbre dos seus cabelos ruivos pela a fresta da porta.

— Eu posso entrar? — o som da sua voz é baixo, como se ela estivesse preocupada em me atrapalhar, eu aceno que sim e então ela entra. — Está pronta?

— Sim... eu, o que você achou?

Eu abaixo a cabeça, reparando em minha própria vestimenta, calça legging, tênis esportivo nos pés e uma camiseta regata justinha, também preta. Eu ergo o olhar até ela mais uma vez, ansiosa esperando para saber o que ela achou.

Ultimamente eu tenho me sentido como uma adolescente fazendo de tudo para agradar o primeiro amor, que irônico, não?

Mas tem sido assim, a cada dia que se passa, eu tento parecer o mais bonita possível para assim ouvir que seja um só elogio.

Talvez eu goste de ouvir as coisas que ela diz sobre a minha aparência... só talvez.

— Está simplesmente perfeita. — ela me encara dos pés a cabeça.

— Essa não é a minha melhor roupa, mas... — finjo modéstia ao dar uma voltinha para ela, que se aproxima, segura a minha mão e me faz girar mais uma vez.

Ela estava babando e eu sei que acertei. 

— Está brincando? Você está, não... você é maravilhosa, Davina. — ela suspira profundamente e morde o lábio inferior e após negar com a cabeça algumas vezes, ela se afasta em um pulo. — Mas tem um problema. — aponta.

— O que? — franzo o cenho.

— Está indo trabalhar com crianças, usar o cabelo solto não é uma boa ideia.

— Bom, quanto a isso... — eu começo falando enquanto caminho para dentro do banheiro, encontro a escova de cabelo e volto, tendo Natasha ainda parada no mesmo lugar.
— Pode fazer uma trança, por favor? Como você faz na Cecília pra ela ir a aula...

Eu estou sem graça ao passar para ela a escova de cabelo. Natasha me abre o sorriso mais lindo que eu já tive o prazer te receber. 

— Com prazer.

「 ... 」

Quando chegamos no centro cultural, eu agradeço pelo o dia hoje não estar tão frio como os anteriores, pois eu optei por uma roupa nada confortável se estivesse muito frio, e Natasha também não, ela usava um cropped de mangas finas com botões, uma calça jeans escura e o seu coturno de sempre.

— Irá ficar hoje?

Pergunto a ela ao descermos, ela passa a mão por seu cabelo que está solto e o ajeita enquanto me encara, ainda pensando se ficaria ou não.

Ela não quis ficar semana passada, provavelmente aproveitava que eu tinha América sempre por perto para me auxiliar e então eu não fico sozinha. Eu gosto de chamá-la de assistente, segundo ela, era a minha favorita e, eu não iria discutir com isso, não mesmo, América é uma ótima dançarina e ela se lembrar de como eu costumava passar as minhas aulas, supria o fato de que eu não me lembro.

E Natasha parecia satisfeita em eu ter a menina sendo tão atenciosa e paciente comigo como só ela seria, e embora eu sinta que ela goste muito de participar e me assistir lecionar, ela também tem o seu trabalho e as suas próprias coisas pra fazer, mas eu gosto quando ela fica até o final da aula.

— Sabe dançar balé? — pergunto quando eu não recebo uma resposta imediata.

Eu sabia que sim, ela estava familiarizada com os passos, era uma pergunta com a intenção única de convencê-la a ficar usando algo que ela gosta.