epílogo.

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— Olá.

Olá...

Isso só poderia ser algum tipo de brincadeira muito da sem graça, não é, vida? – eu praguejei ao elevar o olhar para o céu de fim de tarde, percebendo a garota estacionar próximo a calçada e, retirar o capacete, aposto que foi proposital a jogada de cabelo, ela confiava mesmo que estava sensual em cima daquele treco.

Se eu ignorar, talvez ela acelere a sua motoca ridícula e barulhenta, e vá embora, tão rápida quanto chegou.

— Pode ser perigoso pra uma garota frágil como você, ficar parada aqui sozinha, tão tarde. — oh meu Deus, ela ainda estava aqui, insistindo.

Primeiro, ainda são 17:45pm, chequei em meu relógio de pulso, e sim, era exatamente isso. Segundo, que porra de buraco a minha irmã se enfiou? Eu estava esperando aqui fazia exatos 25 minutos, o quão difícil era pra ela cumprir uma promessa feita ao papai? Ela prometeu a ele que me daria uma carona, agora ele provavelmente está ocupado demais para sequer atender a um telefonema meu. Se ao menos eu fosse esperta o suficiente para conseguir passar em meu teste pra uma carteira provisória.

Se eu pedir socorro, talvez? Não... ninguém tira aquele homem de seu escritório, a não ser que você seja a mamãe, o que eu não era!

— Eu acho que tem razão, acabou de ficar perigoso. — eu finalmente falei com ela, que assentiu, exibindo o seu típico sorriso irritante de dentes perfeitos.

Estúpida o suficiente para não se dar conta de que eu estava sendo irônica.

— Sobe aí. — indicou com a cabeça, o espaço vazio na moto, eu mordi o lábio e arregalei os olhos, me perguntando se era comigo mesmo com quem ela estava falando e, constatei que sim, quando ela citou o meu nome.
— Qual é, Davina? É apenas uma carona. — me ofereceu o mesmo capacete.

— Não. — me recusei, inconscientemente, ou nem tanto assim, recuando alguns passos para bem longe dela.

O cérebro dela encolheu para o tamanho de uma ervilha se ela por um segundo, achou que eu diria sim a esse convite, nunca me veriam subir nessa coisa, nunca.

— Tudo bem. — suspirou, em seu íntimo, parecendo buscar por paciência, ah então era ela que estava sem paciência agora?
— Espere para sempre então, a sua irmã não vem...

Que merda, eu deveria ter previsto, típico da Cèline me deixar esperando, se ao menos eu pudesse voltar no tempo, apenas algumas horinhas atrás e, aceitar aquela carona da Wanda, que por sua vez preveu esse final trágico, e me alertou, mas espere...

— Como você sabe? — eu cruzei os braços e a observei revirar aqueles malditos olhos verdes pra mim, como ela ousa? — Eu não sei se acredito em você, já mentiu tantas vezes...

Ela gostava de me pregar peças pelos corredores do colégio, eu não poderia simplesmente confiar que ela não iria arrancar com a moto no momento em que eu fizesse menção de que iria me sentar atrás dela e de bônus, ter tudo em vídeo.

— Bom, acredite se quiser, mas eu vi ela saindo com a garota Bishop e minha irmã. — deu de ombros, provavelmente para ela não significava nada, mas para mim, era no mínimo suspeito, minha irmã odiava Katherine Bishop, assim como eu odeio ela.

— Mentira. — constatei por fim, semicerrando os olhos em sua direção, esperando que ela fosse se sentir pressionada a dizer a verdade, mas pelo o seu silêncio, era aquilo mesmo.

Minha irmã também não era 100% confiável, digamos, mas nós dividimos o útero, ela tinha essa vantagem, já Natasha e eu? Não dividiamos nada, a não ser a mesa na aula de biologia e era apenas isso.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora