keep calm.

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— Fique por mim.

— Me mostre que você ainda me merece, Davina.

Sabe a sensação de estar caindo em um sonho? Eu me sinto assim ao acordar, a respiração descompassada, o suor escorrendo na nuca.

Eu engulo seco e arfando eu me sento na cama para observar em volta, está escuro, e eu ainda estou na casa dos pais de Natasha e a única pessoa ao meu lado é Cecília.

— Merda de pesadelos. — praguejo comigo mesma, antes de me distrair com o clique na porta, seguido de um rangido.

Eu me deito rápida e mantenho apenas um olho aberto, procurando ver quem é que entra, era Natasha, ela pisava nas pontas dos pés, como se não quisesse ser notada. Ela ainda não percebeu que eu estou acordada.

O que diabos ela está aprontando?

Pelo o canto do olho a observo se aproximar e ligar o abajur, e então eu posso vê-la com mais clareza. Eu me forço a me manter imóvel, para que ela não se dê conta de que eu estou ciente da sua presença.

Ela da a volta na cama e anda até Cecília, que se levanta quando Natasha faz cócegas.

— Pronta pra colocar o nosso plano em ação? — sussurra para a menina que sentada na cama assente, enquanto afastando uma mecha de seu cabelo loiro dos olhos.

— Está com a pasta de dentes? — pergunta com outro sussurro, antes de me encarar por cima dos ombros.

O que?!

Natasha balança a cabeça dizendo que sim, ela trouxe, e eu tenho o vislumbre de sua sombra passando a pasta de dentes para a criança ao meu lado.

Cecília gira a tampinha e a puxa.

— Venha aqui. — Natasha chama e ajuda a menor a descer, procurando fazer o menor barulho possível, ela gesticula para que Ceci dê a volta até parar do meu lado da cama.
— Quando ela acordar, você se prepara para correr, me entendeu?

Ela instrui calmamente, e quando ambas estão de acordo, Natasha segura a minha mão repousando sobre a minha barriga e estica os dedos, deixando a minha palma a sua mercê. Ela olha para Cecília, que entende que era a sua vez, se inclina sobre mim e espirra o máximo que consegue da pasta de dentes em minha mão, eu precisei me controlar para não exagerar em uma reação, ao sentir o creme gelado em contato com a minha pele.

— Eu vou contar até três, me entendeu? — Ceci mordeu o lábio, assentindo. — Um, dois, três e

Eu impeço ambas de irem além ao segurar a mais velha pela nuca, debruçada sobre mim Natasha me encara de olhos arregalados e eu me divirto, antes que ela tenha a chance de correr, limpo a minha palma suja com a pasta de dentes em seu rosto.

Eu observo atrás dela, só para ver Cecília fugir para fora do quarto, mas ela eu poderia pegar depois. Natasha se solta e dá alguns passos para longe, esfregando o rosto.

— Que bonito, não é? — falo assustadoramente calma, me livro do cobertor e levanto, caminhando em direção a uma Natasha encolhida contra a parede mais próxima. — Que covardia da sua parte me atacar enquanto eu estou indefesa, dormindo.

— Foi ideia da Cecília, pra começar. — prontamente se defendeu, erguendo o indicador no ar, mas parou quando sentiu a falta da menina citada. — Ué, pra onde ela foi?

Estava difícil manter a postura olhando para ela tão engraçada lambuzada daquela forma.

— É mais esperta do que você, fugiu.

Ela apertou os olhos e negou, descrente.

— Traidora... — eu me esforço para manter a postura, as mãos na cintura enquanto a encaro séria. — Eu juro que não foi ideia minha. — engole em seco.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora