— Davina. — ouço a voz rouca dela me chamar e apenas faço um som nasal a dando permissão para falar, que eu estava ouvindo. — Pode dormir comigo hoje?
Eu mordisco os lábios, hesitante, a sua pergunta me pegou um tanto desprevenida, eu não sei se eu deveria, da última e única vez que dormirmos juntas, foi estranho.
Sem contar que era o pedido de uma bêbada moribunda. Eu estava com o dom hoje, para embebedar mulheres ruivas.
Que seja, eu acabo por aceitar, apago as luzes, me rastejo sobre o colchão e me deixo cair ao seu lado, depois de eu ter praticamente lhe dado um banho gelado, após ela fazer uma lambança na cozinha com o resto do vinho, já estávamos íntimas o suficiente.
Eu estou agora deitada de lado, de frente para ela, e ela está acomodada da mesma forma, de frente pra mim. O quarto está silencioso e eu não sei dizer se ela já está dormindo, bom, os seus olhos estão fechados e a respiração não mais ofegante, está calma.
Enquanto a assisto, me pego pensando sobre o dia de hoje, penso sobre ela se recusando a se despir em minha frente, porque a sua esposa poderia acabar não gostando da ideia.
Como não abrir a minha vida para uma pessoa como ela? Digo, se deu certo uma vez, não há porque não dar certo uma segunda.
Eu vou deixar as coisas acontecerem como tem pra acontecer.
— Davina.
Ela me chama o meu nome outra vez, acabando com as minhas dúvidas sobre ela estar acordada, ou não. Ela definitivamente estava, mas não por muito tempo.
— Oi.
Natasha abre os olhos e aproxima o rosto do meu, um pouco mais, sussurrando:
— Sabe qual foi o maior acerto da minha vida? — o seu hálito com cheiro da pasta de dentes que eu a forcei a usar, passou pelo o meu nariz e eu suspirei, foi refrescante.
Sua voz era tão baixa que só mesmo ela estando tão perto para ser possível ouví-la, baixa e sonolenta, ela apagaria de vez a qualquer momento.
— Eu temo não saber, Natasha. — sussurro em resposta.
— Ter me casado com você, sua boba. — diz, em meio a um bocejo involuntário, eu posso ver que ela luta para permanecer acordada, mas de repente, volta a fechar os olhos.
Eu me pego sorrindo boba ao me virar para o outro lado com o que ela disse e é aí, com Natasha Romanoff adormecida ao meu lado, que eu me dou conta de uma coisa.
Eu já havia aberto a minha vida para ela a algum tempo.
「 ... 」
— Mama.
Ouço a voz infantil ressoar bem ao fundo seguido de dedinhos que cutucam a minha bochecha.
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True Love ↷ Natasha Romanoff.
FanfictionJá pensou na possibilidade, de que um dia, você poderia estar indo dormir uma adolescente e na manhã seguinte, acordar na cama, ao lado da pessoa mais deplorável da face da terra e, pior ainda, descobrisse que não apenas disse sim a ela, como também...