do i love her? or is just a dream.

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SEXTA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2024.

Eu observo com apreço as fotos enquadradas na parede a minha frente. São fotos de diversas paisagens de lugares diferentes, bom, pelo menos são o que eu considero ser paisagens. Estou pensando em vender algumas delas. Eu tenho um certo apego exagerado por cada uma das fotos que tiro ou já tirei, me desfazer delas sempre é difícil, mas acho que todo mundo precisa de espaço em algum momento. E o meu momento é agora.

Falando em momento, Davina ainda não sabe sobre a proposta que recebi, 25mil dólares para cobrir um casamento em Dubai. Eu não poderia recusar. Mas o que estava bom demais para ser verdade, tem os seus contras, nem ela ou a Ceci poderiam me acompanhar. Ela por um lado está cada vez mais empenhada com o centro cultural, e a pequena voltou às aulas recentemente. Quando você tem uma família e uma criança pequena, uma semana é muito tempo.

— Tia Nat! — eu giro, ao ter consciência do grito animado, me viro a tempo de ver Cèline adentrar a galeria, sendo arrastada por Maeve que se solta e vem rapidamente para os meus braços.

— Oi, meu amor. Que abraço bom. — eu a seguro e balanço, ouvindo a sua risada contagiante me alcançar. Eu beijo o topo de sua cabeça e me volto para a morena parada a poucos metros de distância.

Cèline se aproxima e eu seguro Maeve em um braço só e com o outro trago a mais alta para um abraço desajeitado, aquela barriga não parava de crescer.

「 ... 」

Estamos nós três sentadas em uma mesa de fora, em uma lanchonete quase de frente para a minha galeria. Conversamos e brincamos quase que o tempo todo – eu precisava revezar entre ela e Maeve. Eu amo as duas, eu estava lá quando Maeve nasceu – do lado de fora, mas eu fui a primeira pessoa a segurá-la nos braços.

Minha aproximação com Davina nos fez próximas também. Cèline de certa forma sempre foi a âncora do nosso relacionamento. Se não fosse por ela, e Yelena, talvez eu nunca tivesse me declarado.

Nem sempre concordamos em tudo, mas era assim entre os irmãos, e era com esse tipo de consideração que nos tratavamos. Eu era grata por ela em minha vida, alguém que sempre me ajudava a enxergar o caminho certo a se seguir – isso ou resolviamos no tapa, literalmente.

...

No caminho de volta eu deixei minha cunhada reclamona e sobrinha tagarela em casa, Cèline estava apenas procurando um meio de distrair Maeve até Kate voltar do trabalho, segundo ela, ela estava com febre. Não parecia para mim que aquela criança inquieta estava com febre. Eu aproveitei que estava com o carro e passei para buscar a minha criança inquieta na escola e Wanda estranhamente me pediu uma carona. Estranho porque ela sempre esperava até mais tarde, Elena aparecer para buscá-la.

Cecília em algum momento decidiu estar cansada demais para fazer parte da conversa e fechou os olhos na sua cadeirinha. Já Wanda por outro lado não parou de falar e batucar no painel durante todo o trajeto.

— Você vai me contar o que está acontecendo ou eu vou ter que arrancar de você a força? — eu desvio o olhar da estrada, para ela, antes de virar uma esquina.

— Contar o que? — claramente ela estava se fazendo de desentendida.

— Está inquieta. Não mente pra mim. — eu entro na nossa rua, ao meu lado ela permanece quieta, provavelmente pensativa se deveria me contar ou não.

— Tudo bem. Temos que conversar sobre algo. Muito sério. — ela suspira. — Só vamos entrar e deitar a Cecília, ok?

Eu simplesmente concordo com a cabeça e adentro a minha garagem.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora