i want you.

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Eu estou de volta ao quarto onde Natasha permanece descansando. Eu acabei de assinar a alta dela, era apenas uma questão de quanto ela iria acordar para finalmente irmos pra casa.

Eu continuo alisando o seu cabelo, reparando nos mínimos detalhes de seu rosto agora calmo, com o polegar contorno a sua sobrancelha, desço pelo o lado esquerdo de seu rosto, até a sua boca.

Tão linda, e tão frágil neste momento.

— Davina? — ouço a voz do doutor, a essa altura, familiar. Eu afasto a atenção de Natasha e me viro para olhá-lo, o seu semblante transparece calma e ele sorri para mim quase como um pai sorri para a filha.
— Não está cansada?

— Estou, um pouco. Mas eu só vou conseguir descansar quando poder voltar pra casa com ela. — me volto para Natasha, suspirando.

Ela continua ali.

Como é possível eu já me sentir assim? É como se tudo de mim, agora fosse dela, os meus sentidos estão em alertas apenas para ela. Tudo em mim clama para cuidar dela.

— Quando ela acordar vocês poderão ir. — ele anda até o outro lado da cama e verifica a temperatura de Natasha. — Você talvez não se lembre, ou não saiba, mas mulheres que sofrem um aborto espontâneo, normalmente precisam de cuidados especiais. Ela poderá sentir cólicas abdominais, que talvez podem vir acompanhadas de sangramento, de uma forma ou de outra será incômodo, então irei receitar alguns analgésicos.

Eu ouço tudo atentamente, fazendo uma anotação mental sobre tudo.

— E a dor deve diminuir conforme o passar dos dias, mas caso não aconteça, me procurem imediatamente, tudo bem?

— Tudo bem.

— Natasha sabe disso, mas eu vou pedir pra você também, nos primeiros cinco dias, se lembre de verificar a temperatura dela sempre. Temperatura alta não é um bom sinal, pode significar que ela esteja com algum tipo de infecção. Faça com que ela tome banho pelo menos duas vezes ao dia, isso evitará as infecções.

Quantos cuidados vamos ter que tomar agora...

— Se ela reclamar de muita cólica, ou dor de cabeça, uma compressa quente deve resolver o problema. — eu aceno com a cabeça. — Ela precisará seguir uma dieta saudável, é essencial! Eu vou passar uma dieta pra você.

Ele anota algo no bloco em sua mão e rasga o papel, me oferecendo ao dar a volta na cama no meio do quarto.

— Toma, o nome dos analgésicos. — eu seguro o papel que ele me entregou.
— E Davina, evitem ter relações sexuais nos próximos dois meses, no mínimo um mês, ela precisa se recuperar.

Ele sorri uma última vez antes de se retirar.

Bom, com isso ele não teria mesmo que se preocupar.

「 ... 」

Na volta pra casa, Natasha se manteve calada, quieta, sequer se deu ao trabalho de olhar para alguém, manteve-se parada encarando o seu próprio colo fixamente.

— Consegue andar sozinha? Não sente nenhuma dor?

O meu pai perguntou assim que estacionamos na garagem, Natasha em resposta apenas assentiu com a cabeça e abriu a porta do carro antes de descer sozinha. Os meus olhos se cruzam com os de Wanda, que veio fazendo companhia a ela no banco do passageiro de trás, ela sorri tristemente antes de também abrir a sua porta e deixar o veículo.

— Ela ainda está abalada com a notícia, já já volta ao normal. — Wanda diz em uma tentativa de me confortar, ao me abraçar de lado enquanto caminhamos juntas para a casa.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora