smile for the picture.

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— Por favor, eu estou te pedindo, não vá.

Davina suplicou aos prantos, enquanto agarrando com força Natasha pelo o braço, por pouco não rasgando a sua blusa – que por sua vez, a única reação foi respirar profundamente e acariciar Davina no rosto, o que ela não fazia ideia, mas aquela seria a última vez que a sentiria tão perto, que a sentiria na palma de sua mão.

— E por que eu ficaria?

— Por mim. — ela diz óbvia, ela deveria ser motivo o suficiente. Natasha permanece imóvel. — Por favor, fique por mim.

「 ... 」

Era a terceira noite seguida que eu acordava assustada após ter o mesmo sonho, ou o que eu prefiro que seja, só um sonho, antes de ser uma lembrança.

Todas as noites eram a mesma, eu estou chorando de soluçar, enquanto me agarro firme a Natasha e imploro para que ela não vá embora, pra onde eu não sei e, ela sempre me faz a mesma pergunta.

"E por que eu ficaria?"

E eu volto a suplicar.

"Por mim, por favor, fique por mim."

Eu suspiro antes de me sentar no colchão, não ouço nada, a casa está em completo silêncio, era silêncio até demais e as cortinas grossas e escuras tapando a notável janela em minha frente, me impedem de saber se ainda é noite ou de manhã cedo, mas ao me virar para o lado, o relógio despertador na cômoda me conta.

Já amanheceu, a muito tempo por sinal, é 10:05am.

Que ótimo jeito de começar o dia.

Eu odeio pesadelos e esse em especial, está começando a me afetar na vida real até, eu vivo apavorada, torcendo para que seja apenas isso, um pesadelo e que Natasha não esteja planejando me deixar realmente.

Eu simplesmente não saberia explicar o motivo a mim mesma, se isso viesse a acontecer.

Eu me levanto e me obrigo a ir direto para o banheiro, apenas um banho gelado seria capaz de me despertar totalmente.

Eu tomo um banho rápido, porque eu não fui feita para resistir a água fria por muito tempo e procuro me vestir com a roupa mais confortável possível em meu closet, além de pares novos de meias para espantar os calafrios que ficaram após eu desligar o chuveiro.

Uma vez vestida e devidamente arrumada, procuro abrir as cortinas do quarto, permitindo que a luz natural do dia se fizesse presente no ambiente, e ao ter um vislumbre da rua meramente movimentada, penso que eu preciso pedir a Natasha para me mostrar mais da cidade, me levar a lugares que eu ainda não conheço ou não me lembro de conhecer, tanto espaço nessa casa e eu ainda assim me sinto sufocada passando tempo aqui sozinha.

Eu suspiro frustrada ao dar as costas para a vida passando do lado de fora e observo o meu quarto, como se encarando um ponto qualquer eu teria magicamente uma deia do que fazer, mas não... nada.

Eu poderia jogar videogame, Yelena instalou um novo modelo na sala de jogos para as noites de jogos exclusivamente, que parece interessante, mas eu não saberia nem mesmo como ligar, a tecnologia que faz aquela coisa em especial, funcionar, parece avançada demais pra mim, de forma que eu não me sinto familiarizada ainda.

Eu, apenas uma adolescente "teletransportada" do ano de 2002 para 2023, só 13 anos depois.

Sem o meu conhecimento, só 13 anos mais velha.

Só 13 anos perdida.

「 ... 」

Eu não sei quantas horas mais tarde, e eu ainda estou aqui, trancada no quarto, de volta na cama, rodeada de algumas guloseimas que encontrei nas gavetas tanto de Yelena quanto de Cecília, isso era o quão desocupada eu estava, eu tive tempo para vasculhar por possíveis esconderijos, esconderijos esses que eu me lembraria de repor mais tarde, apesar de que eu tinha quase a plena certeza de que Yelena quem roubou primeiro de Cecília – agora restava apenas as embalagens.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora