she's in love with me.

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Em algum momento durante a minha conversa animada e repleta de informações com Elena, eu acabei me deixando distrair e, meus olhos passearam curiosos pelo o quarto de Yelena e pararam em cima da mesa próxima a parede a poucos metros na minha frente, um computador, materiais escolares, diversos acessórios, produtos para uso pessoal, ela era um pouco desorganizada, eu reparei, isso porque acabamos de arrumar, mas o que mais me chamou a atenção, foi a foto na moldura de conchas na ponta da mesa bagunçada, eu não liguei para ela tanto assim antes. Yelena, Natasha e Cecília, agarradas.

Cèline me contou que Cecília e eu temos uma ligação muito forte e, mesmo depois da minha trágica perda de memória, eu mesma sinto isso, eu sinto o amor, eu a amo mais do que qualquer um e qualquer coisa, mas e Natasha?

— Ei, você está me ouvindo? — Elena sacudiu a mão em frente ao meu rosto e eu neguei, afastando os pensamentos.

— Me diz uma coisa, a Natasha e a Cecília, como são as duas? — até mesmo Yelena abandonou o celular de lado para me ouvir naquele momento. — Digo, como é a relação de mãe e filha, elas são muito próximas?

Elena se virou e observou Yelena, como se passasse para ela, o poder da palavra.

— São carne e unha. — a loira disse.
— Desde o nascimento, Natasha não arredou o pé do lado dessa menina.

Sem conseguir me conter, eu estou sorrindo com a imagem de uma certa atual ruiva, mega super protetora.

— Ela ama essa família, não é? — deixo escapar, talvez um pouco alto demais.

— Sim, ela ama essa família, isso inclui você. — Yelena aponta em minha direção.

Eu até tento visualizar algum momento da minha vida em que eu possa ter sentido o mesmo por ela, mas falho miseravelmente.

— Enfim, continue... — eu neguei, dando aquela conversa por encerrada e quase implorei para que Elena tomasse as rédeas outra vez. — Sobre o que você estava falando mesmo?

— Não estava prestando atenção, não é? — brigou, e eu encolhi os ombros, culpada.
— Estava contando sobre o idiota do Visão.

— Visão? — que diabo de nome era aquele.

— Um horroroso calvo que a Wanda se relacionou na faculdade. — revirou os olhos.

Está explicado porquê eu não me lembro, sequer sei se eu fui pra faculdade.

— E o que tem ele?

— Ele ainda acha que tem chances, quando na verdade foi só um belisco.

Yelena deu risadinhas com a frase dita em português, provavelmente sabia o que significava, eu não fazia ideia do que ela estava dizendo, mas parecia deixá-la chateada, no mínimo com raiva.

— Eu aposto que é por causa dele que ela ainda não disse que me ama. — voltou naquele assunto. E eu achando que tinha me livrado de uma boa. — Ele vive atrás dela, mesmo depois de já terem formado. Será que ela ainda sente alguma coisa também?

— Não viaja palhaça. — Yelena empurrou levemente a cabeça de Elena, eu sorri.
— Ele não faz ela gritar como você, relaxa, que vocês estão bem, isso é paranoia da sua cabecinha bem brasileira.

Elena me olhou e eu confirmei com um acenar de cabeça, com tudo o que a outra disse, apontando.

— E outra, conhecendo ela como conheço, Maximoff não estaria com você se não fosse você. — Elena suspira.

— Eu não sei o que você quis dizer com isso, acho que independente de onde você é, todas as mulheres são meio paranoicas, mas eu aceito. — deu de ombros por fim, ao falar com Yelena.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora