ma babe.

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Perto das 18:00pm, Elena se despediu, alegando que estava quase em cima da hora de buscar a sua namorada no trabalho, elas tinham um encontro essa noite e ela faltava subir pelas paredes em ansiedade pura, o quão romântico era isso? Quero dizer, não a parte sobre estar ansiosa, ansiedade nunca era bom, e eu que o diga – eu recomendei que ela aproveitasse esse momento a sós para falar sobre suas inseguranças, em outras palavras, falar sobre Visão, quem sabe com as coisas devidamente esclarecidas o tão esperado "eu te amo" não venha depois disso.

Wanda era professora, professora na mesma escola em que Cecília e minha sobrinha Maeve frequentavam, e eu soube disso no primeiro dia, quando ela trouxe a minha filha em casa, apenas não fiquei surpresa e por isso não fiz disso uma festa, ela sempre amou crianças e professora do primário, de fato combinava com ela.

Yelena aproveitou e pegou carona, resmungona como sempre, o seu motivo? Ela estava lotada de trabalho em seu escritório de advocacia, agora, isso para mim foi uma surpresa, ela seguiu a carreira qual a sua mãe escolheu para elas, mas diferente da filha mais velha, que se recusou a fazer algo se não, seguir os seus sonhos de infância, Yelena genuinamente gostava do que fazia, porque fazia do seu jeito e, ela era boa, boa do tipo que deixou a sua mãe no chinelo, Melina não era feliz tendo a ciência disso ou sentia orgulho como uma mãe de verdade deveria. E aí voltamos a não sentir mais surpresa, ela nunca foi boa mãe mesmo.

Com isso, eu estou agora sentada no sofá, sozinha outra vez, a atenção de volta para a tv exageradamente grande, zapeando canal por canal, era um eletrônico atraente, eu não posso discordar, mas não o suficiente para prender a minha total atenção, ou eu ainda só estava focada, processando todas as informações que o dia de hoje me trouxe e, de repente, me sinto péssima pela incontável vez.

...

Quando eu menos estou esperando, ou eu só estava esperando por esse momento –, a porta da frente foi aberta e eu não precisei me virar para saber de quem se tratava, Yelena só não tinha trabalho para fazer, como também estava fugindo de estar presente quando a sua irmã chegasse e finalmente precisaríamos ter aquela conversa. Era Natasha e, ela trazia a nossa filha com ela.

Uma vez que a porta bateu, eu escutei nitidamente a voz de Natasha cantar baixinho Paint The Town Red by Doja Cat e a de Cecília por cima, a acompanhando na letra, uma vez ou outra errando uma palavra muito difícil para o seu vocabulário ainda infantil.

Eu até tentei me conter, mas não resisti de sorrir quando após muito me esforçar, acabar as olhando por cima do ombro, discretamente, claro, a menor segurava a mão da maior e ambas dançavam, enquanto caminhavam devagar para dentro de casa, deixando os seus pertences pelo o caminho, bom, a menina o fazia e sua mãe vinha, pacientemente catando tudo logo atrás, nunca se esquecendo da letra ou de seus passos de dança, Cecília por sua vez fazia careta toda vez que Natasha a censurava quando a palavra bitch surgia na música.

Elas pareciam como melhores amigas, se davam tão bem, exatamente como Yelena me descreveu, ela e bom... todo mundo.

Eu me perguntei, enquanto as assistindo em silêncio e com um sorriso enorme nos lábios, se em um outro tempo, se eu me levantaria do sofá e correria para me juntar a elas duas. Eu as via como uma família, mesmo quando não gosto de Natasha, sua presença tem me incomodado menos, ultimamente.

Quem sabe não é mesmo apenas uma questão de tempo.

— Mama! — Cecília grita quando ao passarem pela sala, se dá conta da minha presença.

— Oi, meu amor. — a cumprimento, em meio a um abraço caloroso acompanhado de beijinhos molhados por todo o meu rosto, ela é extremamente doce e carinhosa do jeito mais genuíno possível, me faz querer mantê-la daquela forma para sempre, antes que o mundo chegue na minha frente e a consuma.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora