i have an ideia.

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Eu me acomodo na cadeira na varanda ao lado da minha melhor amiga, ambas seguramos um copo de suco de uva prazerosamente gelado, um que eu acabei de entregar para ela, era o que precisávamos depois de um café da tarde regado de guloseimas acompanhado de piadinhas e briga por um saco de pão de queijo, que no final, acabou indo pra lata de lixo, quando Elena e eu puxamos a sacola tão forte, como um cabo de guerra, que não suportou e rasgou, mandando tudo pro chão.

E falando nela, Elena está andando de um lado para o outro em nossa frente, eu estava até ficando tonta, – enquanto fala ao telefone, suponho eu, que ela falava com Yelena, acho que em algum momento a escutei gritar o nome dela, pedindo para que a mulher do outro lado a deixasse falar.

Ela já não falava o suficiente?

— O que acham de irmos jogar boliche? — ela se aproxima animada demais para o meu gosto, após desligar a chamada e nos segura, cada mão sua em um de nossos ombros, ganhando os nossos olhares confusos. Ela era tão... brasileira. — Eu acabei de saber pela a Yelena, a família toda está lá.

Esclarece e eu abro a boca, assentindo, um simples ato que acabou dando início a um pequeno debate.

— Sim? — pergunta, após me ver balançar a cabeça em concordância. Eu não estava exatamente concordando com o seu convite. 

Eu acho.

— Quer ir? — Wanda se vira para mim e me encara, de cenho franzido, parecia surpresa e se quer saber, eu mesma também estava.

Eu queria ir?

— Sim. — digo e Elena solta um gritinho, o que me faz perceber e logo em seguida me arrependo e nego imediatamente. — Não!

— Não? — as duas perguntam, ainda mais confusas com a minha confusão.

Eu estava perdida dentro da minha própria cabeça, não dá pra me culpar, não dessa vez.

— Eu não quero ir, se não se importam, eu não posso ver a Natasha agora, estou... envergonhada.

Elena faz um som nasal, concordado e se afasta, compreensiva ao mesmo tempo que pensativa, algo na forma como ela se movia enérgica, me dizia que ela não estava totalmente satisfeita com a minha decisão.

— É claro. — Maximoff me conforta, alcançando a minha mão apoiada no braço da cadeira ao lado da sua e, aperta gentilmente. — Podemos ficar aqui, então. Se for o que você deseja. — sorri, simpática.

Sim, era o meu desejo e era do desejo de Wanda que eu me sentisse o mais confortável possível, mas e o desejo de Elena?

Ela só queria jogar boliche.

— É, podemos ficar aqui, claro. — Elena que voltou a andar de um lado para o outro, diz, gesticulando sem parar, parecia em um tipo de luta interna consigo mesma.

— Eu quis dizer que eu e a Davina vamos ficar, Elena. — sua namorada a interrompe, Elena para e a olha, surpresa, ou era esperançosa, eu podia jurar que as palavras desconexas que ela sussurrava sozinha, eram um pedido a alguém com poder superior para poder fazer Wanda mudar de ideia e não é que funcionou? A verdade é que elas são adoráveis, mesmo. — Pode ir se você quiser.

— Mesmo? — ela dá um único pulo e bate palma com a confirmação silenciosa que veio da ruiva, mas se recompõe imediatamente, como se tivesse dito um palavrão dentro da igreja. — Quero dizer, não... eu não quero ir, irei ficar também.

Ela assente, decidida, mas interiormente torcendo para que alguém, ou melhor, que Wanda, a desse um passe livre, até eu conseguia ver agora que a vontade de ir se encontrar com as meninas, estava a correndo, de dentro pra fora.

True Love ↷ Natasha Romanoff. Onde histórias criam vida. Descubra agora