Minha carranca emburrada se desfez no instante em que meus olhos caíram sobre a garotinha loira se atirando nos braços da Romanoff, e eu apenas me dei conta do sorriso de orelha a orelha enfeitando o meu rosto, quando percebi já estar com as bochechas doloridas.
Dizer que eu não estava, no mínimo, mexida, ao presenciar a interação delas duas, seria eufemismo, eu estava encantada, mais do que isso, nunca foi segredo que eu sempre adorei crianças e, mesmo que na minha cabeça bagunçada, eu não tenha a lembrança de tê-la carregado em meu ventre, observar Natasha mudar, observá-la ser feliz enquanto Cecília beija o seu rosto e a chama de mamãe, me deixou deveras apaixonada.
Momentaneamente.
Me deixou momentaneamente apaixonada.
Natasha a segurou no colo e a girou no ar e, a menina gargalhou alto, jogando a cabeça para trás, como se estivesse tendo o melhor momento de sua vida, ela definitivamente parecia amar muito a vida que tinha e, a sua mãe, parecia amá-la muito.
Eu continuei ali, como se assistisse ao meu filme favorito, Cecília não havia me notado ainda e, em meu íntimo, me sentia grata por isso, eu não sabia o que eu diria a minha filha, se eu deveria me juntar ao abraço também, mas estava prestes a descobrir.
— E agora o abraço da mama. — eu escutei Natasha sussurrar para a menor após colocá-la no chão com cuidado.
Mama sou eu, eu acho.
Quando eu encarei aqueles olhos, eu os vi brilharem em pura alegria e o meu coração, esse batia forte contra o meu peito, tão rápido e alto que eu conseguia senti-lo pulsar em meu ouvido. E de repente todo aquele dia de merda havia válido a pena.
Era aquilo o que ser mãe significava?
— Mama! — ela disse antes de me surpreender com um abraço desajeitado.
Eu não retribui de imediato, antes procurei com o olhar, por Natasha na sala e ela nos observava tão maravilhada quanto eu, segundos atrás, acenando para que eu a segurasse perto, só então, eu o fiz, eu puxei Cecília para se sentar em meu colo e foi como se eu já tivesse feito aquilo antes, e eu fiz.
— Que abraço bom. — sem querer deixei escapar. Ela era como o Olaf, fofinho e adorava abraços quentinhos, coincidentemente, o meu filme favorito, costumava ser.
Os seus bracinhos me apertavam de forma que eu podia sentir que ela não me soltaria tão cedo e, eu não queria que ela o fizesse.
— Eu estava com saudades, mama. — falou.
Cecilia falava muito, de muitas coisas ao mesmo tempo, acho até que mencionou sobre as suas férias de verão em algum momento, porém eu ainda permanecia concentrada no abraço, em apenas mantê-la por perto por mais alguns minutinhos, e em seu cheirinho infantil, minha feição era a mais abobalhada possível e eu não me importei.
Eu também senti saudades.
— ...Eu preciso te mostrar o que a titia Wanda e eu fizemos! — se afastou parcialmente.
Eu acabei por me sentir satisfeita ao ouvir pela milésima vez alguém mencionar Wanda como parte do presente, eu tive tanto medo de ter perdido a minha melhor amiga quando ela não apareceu para me ver no hospital, eu não sei, achei que não tivéssemos durado através dos anos, mas titia Wanda, soava tão bem, eu gostei.
— E eu espero que não fiquem bravas com ela, porque a mamãe Nat disse que eu só podia ter uma tatuagem quando eu fosse uma adulta. — continuou e eu, bom...
Eu ainda estava em êxtase, Cecília se parecia tanto comigo, fisicamente e aparentemente, em outros aspectos também, eu era a tagarela, a criança elétrica e cheia de energia, me destacava por onde passava pela minha desenvoltura, diferente de minha irmã, que era a "quieta" e depois a rebelde da turma, foi gratificante, eu diria, perceber isso.
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True Love ↷ Natasha Romanoff.
FanfictionJá pensou na possibilidade, de que um dia, você poderia estar indo dormir uma adolescente e na manhã seguinte, acordar na cama, ao lado da pessoa mais deplorável da face da terra e, pior ainda, descobrisse que não apenas disse sim a ela, como também...