Descendentes 4

Aquela estrela no céu

Helena segurou em uma corda do Jolly Roger para pular no navio inimigo. Os esqueletos tripulantes imitaram a capitã e invadiram o navio de John Smith. Audrey tinha o cetro de Malévola empunhado, mas permaneceu no Jolly Roger. Uma lembrou do momento em que os amigos que Ben enviou para contacta-la, quando contaram sobre a aliança de Audrey com Helena. Observando o movimento, Harry e Uma sacaram suas espadas. Helena pousou a poucos metros de distância. Os esqueletos tinham espadas enferrujadas e armaduras em igual estado. Esperavam o sinal de Helena para começar o ataque. Ela descansava a espada no ombro, olhando os inimigos com um sorriso estampado.

– Uma, como está sua perna? – Helena perguntou sorrindo. Uma estava prestes a responder, quando Harry tocou em seu ombro em um pedido silencioso para não cair nas provocações de Helena. A morena reparou que Helena usava o seu colar de concha.

Naquele momento, John se juntou aos demais. Ele segurava um rifle apontado para Helena.

– Quem é a amiga de vocês?

– Helena Gancho. – A própria mulher se apresentou, fazendo uma reverência exagerada. – Harry, querido, vim apenas para encontrar com você. Fez o que pedi ou era fraco demais?

Harry deu alguns passos para frente. Uma ficou atrás, observando com atenção. Helena tirou a espada que descansava no ombro para se preparar para a luta.

– Eu jamais faria do jeito que você falou. – Harry disse confiante. – Não quero que ninguém interfira. – Falou por cima do ombro. – Estou mais forte agora.

– É? – Os olhos de Helena brilharam de animação. Ela tirou do sobretudo vermelho o gancho do pai. – Eu vou julgar isso.

Helena guardou de volta o gancho e foi de encontro a Harry. O som das espadas se chocando ecoou. Foi o necessário para os esqueletos avançarem contra Uma, John e Thomas. Mas a batalha principal era entre os irmãos. Helena ditava o duelo, desferindo ataques que eram bloqueados por Harry. Perto da escada que dava acesso ao convés, a mulher usou a própria arma para afastar a de Harry e levou a perna contra o peito do irmão. Harry colocou o braço na frente e se defendeu do chute.

– Nada mal. – Helena disse. – Powan te ensinou bem.

– Ele te mandou um recado. – Harry falou e pela primeira vez bradou a arma contra Helena, que defendeu com a espada. Eles mantiveram a posição, cada um empurrando o próprio peso contra o outro. – Perguntou se você estava muito envergonhada de ter perdido para ele.

O rosto de Helena se fechou em irritação. Ela atacou com força e Harry defendia com dificuldade. O rapaz dava passos para trás, descendo os degraus, sua atenção era dividida entre se defender e não tropeçar. Helena acertou uma rasteira em Harry, o que fez ele cair e rolar a escada abaixo.

– Powan não te ensinou a não provocar alguém muito mais forte que você? – Helena saltou do alto com a espada mirando no rosto de Harry.

Ele rolou a tempo de evitar o ataque fatal de Helena. A espada cravou na madeira e Helena precisou de certa força para remove-la. Harry se levantou e Helena voltou a atacar. A mulher avançava, Harry dava passos para trás se defendendo. Os dois estavam quase no centro do navio, próximo a um dos mastros.

– Ele me ensinou algo. – Harry bateu com força contra a espada de Helena para aparar o golpe e acertou uma corda no mastro, a cortando. – Você é fácil de irritar.

A corda que Harry partiu segurava uma madeira, que saiu balançando pelo navio e teria acertado Helena se ela não tivesse desviado. Diferente da capitã, os esqueletos não tinham agilidade suficiente para esquivar e muitos foram derrubados. Helena virou o rosto para ver a tripulação no chão. Foi o momento de distração que Harry precisou. Sua espada havia ficado presa no mastro, então ele desferiu um soco na boca do estômago de Helena, logo seguido de um forte golpe com o cotovelo no supercílio da irmã. Helena com um grito de dor e cambaleou desnorteada. Harry avançou para pegar o colar de concha de Úrsula do pescoço de Helena.