Cinderela, Cinderela

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Ao invés de esclarecer, a resposta de Aurora fez mais dúvidas surgirem. Ninguém jamais havia mencionado a existência de um irmão de Malévola. Então o tio era responsável pela morte da irmã de Ben e pela barreira. Mas qual era o motivo? Poderia não ter motivo nenhum além do puro mal que assombrava a família de Mal. Tanto Aurora quanto Ben perceberam que Mal se perdeu nos próprios pensamentos e o marido tocou em seu ombro.

– O que você quer fazer? – Ben perguntou.

Mal o observou por um tempo, analisando seu rosto bondoso. Ele sempre estava ao seu lado, independente de qualquer coisa. Tinha medo de se tornar como sua família e deixar a maldade tomar conta de si. Poderia machucar Ben. Será que deveria continuar a jornada ao seu lado? Era o que Ben queria, mas era o melhor para ele? O medo de ser como seus familiares tomou conta da mulher.

– Eu tenho que deter Maligno. – Mal respondeu ao abaixar o olhar para o punho fechado que segurava firme o pingente. Apertou com tanta força que chegou a doer.

– Nós temos. – Ben corrigiu.

Mal o olhou novamente. O que estava pensando? Não podia deixar Ben. Era seu verdadeiro amor. Este amor a protegeria de virar alguém como Malévola, Maligno, Hades ou Heitor. Tinha que protege-la.

– Aurora? – Uma voz grossa chamou às costas de Ben e Mal.

O rei Philip vinha andando com cara de poucos amigos. A enorme capa vermelha e coroa ajudavam a deixar a figura ainda mais imponente. Ele descansava a mão no cabo da espada. Claramente não estava contente com a visita inesperada. O rei observou Ben e Mal com ar de superioridade, aguardando explicações.

– Rei Philip. – Cumprimentou Ben com a cabeça. O rei, porém, permaneceu imóvel.

– A que devo a visita? – Perguntou Philip.

– Eles estão preocupados com Audrey, Philip. – Aurora respondeu paciente, chamando a atenção do rei. – Aquele cetro não está fazendo bem a ela.

– O cetro de Malévola. – O rei olhou com desprezo para Mal, como se a acusasse de algo.

– Vamos ficar de olho nela. – Ben disse, dando um passo a frente.

– Fui informado que vocês deixaram Auradon de vez. As tropas de Mulan marcham para o norte. – O rei disse, ainda em tom arrogante. – Não existe mais rei e rainha de Auradon?

– Estamos sem força, mas vamos nos recuperar. Se o senhor pudesse...

– Minha filha luta ao seu lado. – O rei interrompeu. – Já não é suficiente? Não esqueça dos meus soldados que morreram sob o comando de Auradon. Vocês os deixaram para morrer.

– Philip. – Aurora chamou, tocando seu ombro para que parasse.

– O jovem príncipe ainda não pode receber verdades? É por isso que jamais será um rei. – Philip falou entre os dentes, cheio de raiva.

– Rei Philip, eu entendo sua raiva, mas nós precisamos juntar forças. Separados não temos chance de derrotar os vilões. Quando o senhor vai entender? – Ben questionou, gesticulando com as mãos.

– Quando você aprender a pôr os deveres de um rei acima dos de um príncipe. – O rei praticamente cuspiu as palavras.

A discussão não levaria em nada, era óbvio. Mal percebeu isso e puxou Ben para irem embora. Não conseguiriam mais nenhuma informação de Aurora na presença de Philip. Além disso, ainda tinha outra visita para fazer. Bela havia mandado encontrarem informações sobre a Fada Madrinha que desapareceu após a morte da filha. Seria difícil, mas agora entendia a necessidade da Fada. Provavelmente, era a única capaz de derrotar as forças de Maligno que Mal sequer conhecia.

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