Para ir além

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Na manhã seguinte, Mulan convocou outra reunião. Apesar da noite de sono, todos estavam exaustos. Mal e Ben foram os últimos a adentrar o grande salão. Ao redor da mesa redonda, já estavam sentados Evie, Jay, Uma, Harry, Lonnie, Shang e Mulan. Arkin permanecia de pé, em silêncio, com o celular em mãos.

— Ótimo, todos chegaram. — O filho de Anna disse quando o casal entrou.

— O que está acontecendo? — Perguntou Mal, juntando-se aos outros, a tensão visível até em seu jeito de se sentar.

— Erling e Jack decifraram o mapa que Heitor te deu. — respondeu Arkin, tocando a tela do celular.

Na imensa tela da sala de guerra, surgiram os gêmeos. Jack, de cabelos negros como a meia-noite, e Erling, tão pálido quanto a neve eterna. Um contraste que simbolizava a própria dualidade entre luz e escuridão. O sorriso de Mal foi breve, mas sincero. Ver Jack recuperado era como enxergar uma estrela surgir em meio à tempestade.

— Oi, Mal! Oi, Ben! — Saudou Jack, com entusiasmo quase infantil, acenando para os dois que haviam lhe devolvido a liberdade.

— Jack... você está ótimo! — Mal respondeu, um brilho nos olhos.

Jack inclinou-se para a câmera, os olhos fixos na tela.

— O que aconteceu com seu rosto? E o braço?

Antes que Mal pudesse responder, Arkin interveio.

— Ela pisou numa maçã e caiu de cara no chão. — Arkin falou, antes de Mal responder. Ele colocou a mão do lado da boca, cobrindo os lábios para Mal não ver o que dizia, mesmo que ela e todos os outros ainda pudessem ouvir. — Foi bem engraçado, se quer saber. — Disse, rindo, arrancando até de Mal uma risada contida, grata por Arkin tê-la poupado de ter que contar para mais gente sobre o infeliz encontro com o irmão mais velho. — O que vocês têm para a gente?

— Terminamos de traduzir os símbolos do mapa, — Erling disse, na sua típica frieza. Jack ajustou a tela para que todos pudessem ver os dois gêmeos. — São de uma civilização esquecida. O idioma é o de Atlântida.

Um silêncio tenso caiu como uma névoa sobre a sala.

— O livro que Jack trouxe da caverna confirma isso, — Prosseguiu. — No mapa de Mal, lemos "Caverna dos Desejos" e "Lâmpada de Azula" que acreditamos ser o nome de um gênio. Mas aqui... ao lado do nome de Arendelle, — Erling apontou — está escrito "Cajado". E este semicírculo imenso... achamos que o mapa é apenas uma fração de um mapa maior.

— Estamos procurando no livro algo sobre objetos especiais de Atlântida. — Jack acrescentou. — Mas como podem imaginar não é fácil procurar.

— Vocês ajudaram muito. — Mal respondeu. — Provavelmente mais do que vocês imaginam.

— Qualquer coisa que descobrirem, me avisem. — Arkin falou para os primos e desligou a chamada.

— Você está muito conectado com isso tudo, Jay. — Mal falou. — Atlântida e lâmpadas. Por favor, me diz que você sabe de algo que não sabemos.

— Não. Acho que não. Eu sei que antes da barreira ser criada, meu pai foi para Atlântida. Ele conheceu a rainha Kida, que o levou para Atlântida, e os dois tiveram Kalila. Eu sei que Atlântida estava ajudando meu pai a encontrar outras lâmpadas do gênio. — Jay revelou. — Kalila ontem disse que Heitor roubou Atlântida. Esse mapa deve ser o que foi roubado. Ou uma das coisas.

— Está tudo se encaixando... até demais, — Uma sussurrou, os olhos inquietos. — Heitor, a caverna, o livro, Jack... Se tem algo que todos temos certeza é que Heitor é manipulador e estrategista. Ele sabe da caverna, pode ter encaixado todas as peças. Kalila é de Atlântida, pode facilmente ter escrito essas coisas no mapa.

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