Will os conduziu até uma árvore alta e larga. Ele estudou a estrutura da árvore. Evie percebeu que ele analisava como poderia subir com um braço a menos.
– Isso vai ser um saco. – Will reclamou. Ele tossiu forte. Dessa vez algumas gotas de sangue caíram no chão. Evie já tinha cansado de ver aquela cena e perguntar se ele estava bem. Will tinha começado a ser extremamente grosseiro na resposta, insistindo que estaria bem. Evie tinha passado a ignorar.
– Por que precisa subir?
– Tenho que buscar algo que deixei guardado lá.
– Eu posso ir pegar.
Evie percebeu Will pensando se aceitaria ou não. O tronco da árvore era muito alto e tinha pouco espaço para apoio. Sem um braço, escalar seria uma tarefa impossível mesmo para Will.
– Tá bem. – Will soltou um suspiro de derrota. – Você vai chegar lá em cima e procurar um macaco de nariz vermelho e bochecha azul. Quando o encontrar, você vai dizer o seguinte para ele. – A frase seguinte de Will foi totalmente estranha para Evie. Ele imitou um macaco.
– Como é?
– Você vai falar com o macaco. Qual é a dificuldade?
– Falar macaquês. – Evie respondeu, irritada por ter que apontar o óbvio.
– É só repetir exatamente essa frase. – Will falou novamente imitando um macaco.
– Onde você aprendeu a falar macaquês?
– Com um amigo. Agora repita a frase para eu ver se você sabe.
Evie praticou a frase várias vezes. Sua bochecha já estava cansada por todas as tentativas. Ela agradeceu mentalmente quando Will aprovou sua pronúncia.
– O que significa isso, afinal?
– Você só vai passar um recado. Está pedindo para ele te entregar o que eu deixei guardado com ele. Depois que falar, é só trazer o que ele te entregar para mim.
A mulher subiu a árvore. Era muito difícil escalar o longo tronco. Não tinham galhos para se apoiar por um bom tempo. Quando finalmente alcançou a parte com galhos e folhas, respirou aliviada.
Passou com cuidado pelos galhos a procura do macaco. Em certo momento, viu alguns desenhos pintados nos galhos mais grossos. Pareciam leões.
Ao virar o rosto, viu sentado, com as costas apoiadas em um tronco, um macaco. Era velho, mas tinha as descrições conforme Will lhe disse. Do lado dele, havia um longo galho, com duas frutas amarradas na ponta. Evie se aproximou com cuidado e pronunciou exatamente a frase que Will a ensinou.
Ao ouvir a mensagem, um sorriso se abriu lentamente no rosto do macaco. Ele levantou e sinalizou para que Evie o seguisse. O macaco a guiou até um monte de folhas. Mexeu nelas e tirou uma lança de prata. Não entendeu o que a lança tinha de tão especial até que a pegou.
– Onde está Will? – O macaco perguntou. Evie o olhou perplexa por ter conseguido entender perfeitamente sua fala.
– Como-como é?
– Onde está Will? – O macaco repetiu na voz envelhecida. – Faz tanto tempo que Rafiki não vê o jovem Will.
– Lá embaixo. – Evie respondeu, incerta ainda. Olhou novamente para a lança. Por isso era especial. Mas por qual razão Will a escondeu ali?
– Por que o jovem Will não subiu?
– Ele não conseguiu. – Rafiki olhou desconfiado para Evie. Não entendeu como Will não fora capaz de subir a árvore. Evie não quis explicar.
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Descendentes 4
AdventureApós a destruição da barreira e reconstrução da ponte, alguns vilões e descendentes encontraram seu lugar no mundo e tentaram viver em paz. Porém nem todos ficaram felizes com os vilões a solta e com razão. A maioria dos vilões não quis um "felizes...