Correr para viver

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Mal queria gritar. Não sabia se de raiva ou tristeza. Provavelmente os dois. Havia caído na armadilha de Heitor.

– Eu sou uma idiota. – Mal reclamou, fitando o chão. – Eu devia ter percebido.


Correndo pelos corredores imundos da Ilha dos Perdidos, Mal desviava das pessoas tentando despistar a garota que a seguia de perto com uma faca na mão. O coração disparado parecia que ia sair pela boca, Sora gritava juras de morte para Mal.

– Vou acabar com você! – A filha de Shan Yu bradou empurrando as pessoas do caminho.

Heitor havia mandado Mal, Carlos e Jay roubarem umas velharias orientais do território de Shan Yu para serem colocados na loja de Jafar. Mal sabia que Heitor não queria apenas vender itens roubados. O interesse verdadeiro de Heitor era no território de Shan Yu. Mal, Carlos e Jay estavam cumprindo a parte inicial: a armadilha. Para o azar do antigo líder do exército Huno, sua querida filha estava caindo nela.

Mal entrou em um beco sem saída. Sora encurralou ela e sorria satisfeita, balançando a faca para intimar a mais nova. A cada passo na sua direção, o frio na barriga de Mal aumentava. Heitor já deveria ter chegado, mas nenhum sinal dele.

– Vou cortar você em vários pedaços. Deixo até que escolha. Que tal a orelha?

– Que tal os lábios? – Disse o rapaz de cabelo azul, saltando do teto e parando de frente para Sora.

A oriental não teve tempo de reagir. Heitor deu um soco na boca dela tão forte que a derrubou em cima dos sacos de lixo. Sem olhar para Mal, ele estendeu a mão pedindo o objeto roubado. Um colar com a pata de um gavião. Era um dos objetos mais valiosos de Shan Yu e Mal havia conseguido roubar.

– Você é tão fraca. Não consegue proteger os artefatos do seu pai. – Heitor zombou passando os dedos nas unhas do animal.

– Quem disse que eu ligo para essas porcarias? – Sora olhava satisfeita para Heitor, limpando o sangue que escorria do lábio aberto.

– Você esqueceu de mim. – Uma voz grave falou acima nos telhados.

Shan Yu havia chegado. Ele segurava a espada ondulada, com um sorriso cheio de maldade.

– Esqueci? – Heitor sussurrou para Sora e piscou.

O rosto da garota empalideceu e olhou para cima, preocupada com as palavras de Heitor. No telhado, Will e Jay correram contra Shan Yu e o empurraram para fora de lá. Shan Yu caiu do telhado e acertou o chão com um grande estrondo. Heitor sorriu ao ver o vilão gemer de dor. Mal que estava ao lado do corpo caído roubou a espada das mãos de Shan Yu e a entregou para o irmão, mas ele negou.

– Tire eles do meu território. – Ordenou o mais velho.

– Deixo você escolher, Sora. Que tal a orelha? – Mal perguntou para a garota.

Assustada por ver o pai no chão, Sora tentou fugir, porém viu Helena tampando a passagem com um facão na mão e um sorriso esnobe. Mal se aproximou de Sora com a espada bradando. Porém foi interrompida por Shan Yu, que levantou e puxou Mal pela perna.

– Você me subestima, garoto. Uma queda não pode parar o líder dos Hunos. – Shan Yu sorria segurando Mal de cabeça para baixo.

O facão de Helena passou raspando pela orelha de Heitor e perfurou o ombro de Shan Yu. O huno gritou de dor e soltou Mal. Heitor aproveitou para pegar de volta a espada e fugir. Sora tentou impedir Mal, mas a filha de Malévola a derrubou no chão com um empurrão. Heitor, Helena e Mal correram em três direções diferentes, derrubando tudo o que tinha pela frente.

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