Atlântida era muito mais bonita do que Jay imaginava. Ele e Kalila voavam até o centro da cidade que possuía várias ruínas, cheia de gente andando pelas ruas e pescadores em pequenos barcos pescando animais bastante exóticos. Kalila sempre tinha se destacado na superfície por seu cabelo branco, mas ali, Jay era o diferente. Os cidadãos, até mesmo as crianças, tinham cabelos brancos e pele morena. Todos tinham algum desenho em tinta azul no rosto, assim como o de Kalila. E as roupas cobriam pouco do corpo, mas nada vulgar. Era uma cultura antiga e elegante, como os Romanos e os Gregos foram no tempo deles.
Pousaram em uma grande área perto do palácio real, onde logo os guardas de Atlântida, com lanças em repouso, iam chegando para receber os dois.
Uma mulher mais velha passou pelos guardas com uma garota mais nova, devia ter a mesma idade de Jay. A mais velha era impressionantemente parecida com Kalila. Ela abraçou Kalila com força.
– Finalmente. – A mulher sussurrou em alívio. – O que aconteceu com você? – Ela segurou o rosto de Kalila, observando com grande preocupação os machucados em todo o corpo. A mulher então notou a presença de Jay e soltou uma exclamação de surpresa. – É ele? – Kalila sorriu e confirmou com a cabeça.
– Mãe, esse é Jay, filho do meu pai. Jay, esta é minha mãe, a rainha Kida.
A rainha abraçou Jay como se fosse o próprio filho. Jay, pela primeira vez, sentiu um abraço materno, cheio de amor e saudade. Não entendia como sabia ou porquê, mas a rainha Kida nutria de amor materno por ele, mesmo nunca tendo conhecendo o filho de Jafar.
– Finalmente você se juntou a nós, Jay. Não imagina o quanto esperamos por este momento. Suponho que tem várias perguntas. – A rainha Kida falou, sorrindo para o rapaz.
Naquele momento, a garota que havia chegado com a rainha tossiu alto, para chamar atenção para si. Ela tinha uma cara de garota travessa, exatamente como Jay. O cabelo branco dela estava raspado de um dos lados da cabeça, deixando à mostra os vários brincos em formato de pequenas argolas que ela tinha na orelha esquerda. Parecia uma versão rebelde de um atlantis.
– Não esqueci de você. – Kalila falou para a garota, rindo. – Jay, conheça Saphira. Ela mora no palácio conosco. Vocês serão bons amigos.
Saphira foi embora sem dizer mais nada. Jay olhou para Kalila em busca de alguma explicação e a mais velha deu de ombros.
– Ela é assim com pessoas novas. – Explicou. – Daqui a pouco vocês vão estar correndo pelo castelo juntos causando confusão.
– Ah, sim. Lembra quando Heitor chegou aqui? – A rainha disse, segurando a risada. – Saphira deu um chute nas pernas dele e saiu correndo. – Jay riu, imaginando a cena. Já Kalila abaixou o rosto e seguiu em silêncio para o interior do castelo. A rainha logo se arrependeu das palavras que relembraram Kalila de Heitor e conduziu Jay pelo mesmo caminho.
Kalila apresentou o quarto onde Jay ficaria. Ela fez questão de apresentar, ela mesma tinha decorado o local especialmente para ele, anos atrás, antes da fuga da barreira.
– Faz tempo que não entro aqui. – Ela disse, se enchendo de nostalgia ao observar o local. Na mesa, havia um desenho infantil de três pessoas. Kalila pegou o desenho e o olhou por um longo tempo, relembrando sobre ele. – Saphira quem fez. Para você. – A mais velha entregou para o irmão. – Eu, você e ela.
– Está horrível. – Jay falou, olhando o desenho com uma careta. Kalila riu. – Esse quarto está pronto há tanto tempo? Só para mim?
– Estamos esperando você há muito tempo, meu irmão. – Kalila deu um beijo de despedida na testa de Jay. Caminhou até a porta e parou, para terminar de falar. – Não demore para descer. O jantar já deve estar pronto. Se precisar de mim, meu quarto é no final do corredor. E este de frente para o seu é o de Saphira. – Kalila bateu na porta do quarto da garota. – Saphira, você pode ajudar Jay se ele precisar?
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Descendentes 4
AventuraApós a destruição da barreira e reconstrução da ponte, alguns vilões e descendentes encontraram seu lugar no mundo e tentaram viver em paz. Porém nem todos ficaram felizes com os vilões a solta e com razão. A maioria dos vilões não quis um "felizes...