Sentada no quarto do castelo de Auradon, Mal tinha nos braços um bebê. Ela balançava de um lado para o outro, enquanto o pequeno começava a dormir. A porta do quarto se abriu e Ben entrou.
– Aí estão vocês. – Ele disse, abraçando a esposa pelas costas.
– Eu sei, estou atrasada, mas ela está quase dormindo.
– Tudo bem, tudo bem. Não estou julgando. Se eu fosse você, também passaria o dia olhando para ela.
– Ela é linda.
– Puxou os olhos da mãe. – Ben depositou um beijo suave no ombro de Mal. – Vou enrolar os convidados mais um pouco.
O rapaz saiu do quarto, deixando mãe e filha a sós. Em pouco tempo, a criança adormeceu. Mal a colocou com cuidado no berço e a admirou por um instante.
Andou até uma janela para observar a festa que acontecia no jardim do castelo. Lá, todos estavam bem vestidos em elegantes roupas. Em meio a tantos convidados, procurava seus amigos. Parecia até uma brincadeira infantil. Toda vez que encontrava um, o sorriso se abria em seu rosto.
Tudo estava perfeito.
Puxou do bolso o relógio dado por Panqueca. Naquele mundo perfeito, tinha a sensação de estar ali há anos. Porém o relógio entregou a realidade. Passou mais de vinte e quatro horas ali, seu tempo para encontrar o âmbar estava quase no fim. Seu coração doeu, pois sabia que tinha que dar adeus àquele mundo perfeito. Um mundo sem brigas, sem guerra, onde ela e Ben tinham prosperado como rei e rainha de Auradon.
Por mais que amasse o lugar onde estava agora, sabia que não passava de uma ilusão. Tinha que voltar para a realidade. Jurou para si mesma que tentaria de todas as formas fazer do mundo real o mais próximo do mundo ilusório em que vivia.
Mal voltou para o berço e admirou sua filha dormindo. Devagar, alisou a cabeça da menor.
– Eu tenho que ir, meu amor. – Ela sussurrou. Uma lágrima escorreu do seu rosto. – A gente vai se reencontrar.
Mal se afastou. Estendeu os braços e concentrou em seu poder de semideusa. Chamas saíram dos seus braços de forma intensa. Em poucos segundos, o quarto estava coberto pelo fogo. O choro de bebê invadiu o ambiente. Gritaria vinda do lado de fora. As lágrimas de Mal caiam na mesma intensidade das chamas, agora maiores para destruir toda a cena.
Durante horas Mal precisou manter o fogo fluindo para devastar tudo. Quando finalmente tudo foi destruído, Mal caiu no chão exausta e desmaiou.
Quando recobrou a consciência, Mal foi abrindo os olhos aos poucos. A primeira coisa que viu foi a fantasma Panqueca.
– Nossa, finalmente! Se você tivesse morrido, Hades iria me matar.
– Por quanto tempo eu apaguei? – Mal perguntou e puxou o relógio para verificar a hora. Faltavam apenas cinco minutos para o horário combinado com os amigos para resgatarem Célia. – Me diz que já chegamos no âmbar. Eu não aguento mais.
– Chegamos.
Sem acreditar nas palavras de Panqueca, Mal sentou e olhou ao redor. Perto dali, podia ver um gigante âmbar azul. Com o corpo todo dolorido, Mal caminhou até o objeto de sua busca. Usou uma pedra maior para quebrar um pedaço do âmbar e pegar para si. Ao segurar, sentiu como se uma enorme chama passasse por dentro do seu corpo, um poder muito maior do que já tinha sentido.
Naquele instante, Hades apareceu.
– Eu sabia que você conseguiria.
– Obrigada, pai. Obrigada pela ajuda, Panqueca.
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Descendentes 4
AdventureApós a destruição da barreira e reconstrução da ponte, alguns vilões e descendentes encontraram seu lugar no mundo e tentaram viver em paz. Porém nem todos ficaram felizes com os vilões a solta e com razão. A maioria dos vilões não quis um "felizes...