Você quer brincar na neve?

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Arendelle era muito mais frio do que imaginara. Talvez o casaco de pele não fosse suficiente, ou a falta de costume com a temperatura baixa fosse a causa. A neve dificultava sua visão, tudo não passava de um monte de neve.

O corpo de Mal tremia. A neve rasgava a pele do rosto como facas. Devia ter se preparado melhor antes de pisar nas terras congelantes de Arendelle, porém não teve tempo.

Internamente, Mal desejava que os amigos estivessem ali. Unidos conseguiriam escapar da nevasca. Mas não estavam. Era só ela no meio de terras que desconhecia, seguindo o mapa de Heitor. Ela se agarrou na esperança de encontrar Ben.

Entretanto, as coisas sempre podem piorar. Ela gastava suas energias gritando por Ben, arriscando ser ouvida pelos inimigos de Arendelle. Mas o que mais poderia fazer? Tinha que continuar até suas forças acabarem. E foi o que aconteceu.

Mal caiu na neve, sentia cada parte do corpo congelar. Ao longe viu uma sombra esquisita. A sombra se aproximou e ela conseguiu distinguir a figura. Parecia alguém montado em um alce, era difícil dizer com certeza, a neve atrapalhava demais a visão.

A pessoa finalmente a alcançou e desceu da montaria. Ela se abaixou e Mal sentiu os braços envolvendo-a.

– Vai ficar tudo bem. – Disse a voz masculina, apertando com força para protege-la do frio. Ela então percebeu as mexas loiras roçando em seu rosto congelante e com as suas últimas energias emitiu um sussurro.

– Ben...

Quando acordou, Mal não estava mais morrendo de frio. Agora se encontrava deitada em uma enorme cama dentro de um magnífico quarto. Ben tinha a salvado? Seus olhos semi abertos identificaram uma figura de costas. Um rapaz alto, com vestes de veludo e mexas loiras.

– Ben! – Mal exclamou, erguendo o tronco rapidamente.

O rapaz levou um susto e derrubou a xícara que estava em sua mão. Ele virou para Mal e ela percebeu que havia se enganado.

– Na verdade, eu sou Arkin.

– Por quanto tempo eu dormi? – Mal perguntou já se levantando da cama. Não lhe importava o nome dele.

– Três meses. – Ele falou triste, mas logo gargalhou ao ver a expressão de absoluto desespero de Mal. – É brincadeira. Foram só algumas horas.

Mal sentiu vontade de esmurrar o garoto, mas também ficou aliviada. Ainda havia tempo para salvar Ben. Ela precisava sair dali rápido, seja lá onde era ali. As portas então se abriram e uma mulher de cabelos loiros quase brancos e vestido branco entrou, acompanhada por um garoto com cerca de catorze anos de cabelos completamente branco que vinha lendo um livro.

– Vejo que acordou, rainha Mal. – Elsa falou em toda sua elegância. Ao notar a xícara caída no chão, ela olhou com tédio para Arkin. – Meu sobrinho está te incomodando?

– Aposto que tá incomodando. – Disse o garoto de cabelo branco sem tirar os olhos do livro.

– Não tô incomodando!

– Tá incomodando. – Mal falou.

– Pare de incomodar a rainha, Arkin. – Elsa pediu e o rapaz bufou. – O que a traz até aqui?

Mal percebeu que Elsa não tinha qualquer interesse em conversa barata. Pelo o que sabia, Elsa e os habitantes nordestinos haviam sido expulsos da Floresta Encantada por vilões. Agora vivam foragidos em Arendelle, reino que era governado com louvor por Anna. Não era de estranhar que Elsa não tinha qualquer vontade de enrolar na conversa. O reino de Arendelle e a Floresta Encantada tinham bastante problemas e a presença de Mal indicava a chegada de mais um.

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