Hércules conduziu os heróis que estavam com ele para a Sala do Tempo, no Templo de Cronos. O local era perfeito para o treinamento deles. Era uma arena infinita chão branco. Tinham os mais diversos tipos de equipamentos a seu dispor para treinarem. A sala também fornecia comida infinita para os heróis que ali ficavam. Hércules organizou o horário de treinamentos, todos aprenderiam a usar os mais variados armamentos, mas cada um tinha sua preferência. Ben optou pelo clássico par de espada e escudo, Arkin e Oni preferiram arco e flecha e Altair manteve seu par de cimitarras que permitam a ele o controle do vento.
Após anos treinando juntos, eles lutavam em sintonia. Arkin e Ben se aproximaram bastante durante esse tempo. Um dia, estavam sentados após um longo dia de treinamento conversando sobre como todos os outros deviam estar do lado de fora da Sala do Tempo.
– Acha que Evie está segura com Will? – Arkin perguntou. Ben notou o semblante de preocupação do rapaz.
– Evie é mais forte do que as pessoas acham. Tenho certeza que ela saberá se cuidar.
Arkin concordou com a cabeça, deu um sorriso fraco. Ben o olhou por um momento, com o tempo passado naquela sala tinha aprendido mais do que só lutar.
– O que há com você? – Ben perguntou.
– Estou com receio, sabe? De não os ver novamente. Evie, Mal, minha família.
– É por isso que estamos treinando. Aposto que Mal está dando trabalho para os monstros do Tártaro. Você vai voltar para sua família em breve e vamos ganhar. Aliás, nunca te agradeci por ter encontrado Mal na neve de Arendelle.
– Não foi nada. Foi sorte.
– Foi muita sorte. – Ben sorriu com o olhar baixo. – Eu preciso te contar algo, Arkin. Minha mãe me contou quando Heitor me sequestrou. Sabe por que virei rei antes do meu pai morrer? Eu achei que era porque meus pais acreditavam em mim. Foi o contrário. Ele descobriu uma doença terminal que o levaria em breve. Ele queria ter certeza que eu seria um bom rei antes de ir. Um rei como ele, ele disse. – Ben riu fraco. – Como ele. Não precisa me reconfortar. – Ben adiantou, ao ver que Arkin iria começar a falar. – Eu serei um bom rei, o melhor que eu puder ser. Tenho muitas limitações, mas sei exatamente o que farei para ajudar. Arkin, eu não verei o fim dessa guerra. – Ben respirou fundo. Olhou ao redor para garantir que ninguém ouvia a conversa dos dois e falou baixo para Arkin. – Para recuperar a varinha mágica, precisaremos mais do que um galho e magia. Vai requerer um sacrifício voluntário. Mal quer que seja ela.
– Ela não pode...
– Exato. Ela não sabe ainda, mas eu vou me oferecer.
– O que? Não.
– A barreira foi culpa do meu pai. Derrubar a barreira era o meu sonho. Se tem que haver qualquer sacrifício, eu que o farei. Arkin, você não pode morrer.
Arkin abriu a boca para tentar discutir com Ben, mas logo a fechou. Ele entendeu o recado.
Enquanto isso, nas profundezas do Tártaro, Mal também se dedicava para ficar mais forte. A perda dos poderes dela tinha impactado sua confiança que já não era grande. Ela se agarrou muito ao marido para continuar em frente. Mas agora era só ela contra as piores criaturas do reino do seu pai.
Caminhava sozinha. Hades havia apenas instruído que encontrasse a fonte do âmbar. Um novo, tirado por ela, ajudaria nos seus poderes de semideusa. Como não tinha mais sua magia, confiava em uma simples espada que Hércules providenciara no centro de treinamento.
– Tá perdida? – Uma voz feminina chamou. Sem que percebesse, uma figura fantasmagórica e azul estava ao seu lado. Como reflexo, Mal desferiu um ataque com a espada, a lâmina passou pelo corpo sem atrito, a figura era intangível. – Uau. Isso poderia machucar.
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Descendentes 4
AdventureApós a destruição da barreira e reconstrução da ponte, alguns vilões e descendentes encontraram seu lugar no mundo e tentaram viver em paz. Porém nem todos ficaram felizes com os vilões a solta e com razão. A maioria dos vilões não quis um "felizes...