Não vou desistir de nenhum

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Quando Jay, Uma e Harry estavam chegando à fortaleza construída por Mulan, puderam ver um exército se aproximar. Jay foi o primeiro a notar os dois líderes do exército inimigo, Shan Yu e sua filha Sora. Dado a grande quantidade de homens que os seguiam a cavalo, entenderam logo o motivo do pedido por apoio.

Ao que parece, Sora usou como vantagem os descendentes de vilões que tinham acabado de deixar o lado de Uma para atacar a principal inimiga do pai. Uma queria gritar com aqueles traidores, mas no fundo sabia que eles estavam apenas assustados. Com uma guerra tão devastadora, é natural que os mais fracos se juntem a quem parece mais forte.

De repente, o claro dia começou a escurecer. Nuvens pesadas fecharam os céus e a chuva veio forte. A maior fonte de luz passou a ser os relâmpagos por toda a parte.

– O que está acontecendo? – Harry olhou para os céus, confuso.

– Não temos tempo para descobrir agora. – Jay os apressou.

O portão da fortaleza se abriu, revelando um exército bem menor sob o comando de Mulan. Alguns guardas de Auradon estavam presentes, deixados por Ben na noite anterior. A mulher vinha na frente, montada no cavalo negro. Ao seu lado, igualmente sob um cavalo e de armadura similar, estava a segunda no comando daquele exército: Lonnie.

– Se preparem. – Mulan falou para os três e foi para frente para iniciar um discurso. – Nós somos a linha de frente de Auradon. Graças ao esforço de cada um, ainda não houveram ataques nas estruturas do reino. Há três inimigos para cada um de nós. Derrotem três e já terão cumprido seu dever. É uma honra servir ao lado de vocês. Shang estaria orgulhoso de nós. – Ela deu uma breve pausa para engolir o choro. – Se morrermos, morreremos com honra.

Muitos vibraram, gritaram e brandiram as espadas. Uma, no entanto, sentiu um forte frio na barriga. Os filhos dos vilões que ela jurou proteger marchavam contra eles e teria que ataca-los. Crianças e jovens que ela tanto cuidou, agora manipuladas pelo terror da guerra. Ela não queria aquilo.

Sentiu um toque no ombro. A mão quente de Harry lhe dizia silenciosamente que ela não precisava se preocupar.

– A gente vai recuperar aquelas crianças perdidas. – Ele a conhecia bem, sabia exatamente o que estava pensando. – Não importa como.

– Harry...

– Vai ficar tudo bem, Uma. – Harry falou. – Eu estou aqui, do seu lado. E Gil também. Sempre.

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, ela agradeceu pela chuva que mascarou o momento de sensibilidade dela. Uma confirmou com a cabeça, o olhar fixo em Harry, e a memória da primeira vez que o trio de vilões se juntou passou como um flash em sua mente.


Uma, Harry e Gil corriam pelos corredores da Ilha dos Perdidos até o navio ancorado. Três crianças de sete anos que tinham um sonho em comum: se tornarem piratas. Uma odiava ficar presa naquela ilha, queria explorar novos mundos, conhecer os sete mares. Harry admirava o pai, o lendário capitão Gancho, que salvava crianças das garras do insano sequestrador Peter Pan. O filho mais novo de Gancho desejava virar um pirata e continuar a missão de resgate do pai. Gil queria a atenção do pai, que jamais ligava para ele ou seus irmãos. Se virasse um famoso bucaneiro, Gil acreditava que finalmente o pai pararia de pensar só em si mesmo e prestaria atenção no filho mais novo.

Assim que chegaram no navio, Uma correu para o leme. Era a capitã da enorme tripulação imaginária. Harry, o imediato, gritava ordens para atacarem o inimigo da brincadeira. Era uma grande aventura corsária, na imaginação deles.

– Gil, para o mastro! – Uma gritou. – Harry, canhões!

– Por que vocês estão aqui?

Mal vinha com a cara fechada, seguida pelo seu esquadrão, Evie, Carlos e Jay. Uma não ficou nada feliz com a intromissão dela. Mal pensava que mandava em todos, mas Uma discordava, assim como Harry e Gil.

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