Descendentes 4

Eu vou seguir meu caminho

Depois de conversar com Arkin, Mal refletiu sobre as atitudes e concordou que deveria escolher um caminho que não se arrependeria. O sentimento de ódio e amor por Heitor ainda eram fortes. O conflito interno era tão grande que fazia a cabeça doer. Faria as escolhas de uma heroína e não vilã. Era o certo.

Deitada na cama após um dia de treinamento na Grécia, Mal observava o marido dormindo ao seu lado. Durante todas as longas semanas que treinaram, Ben se empenhou como nunca. Ele realmente queria fazer a diferença, por menor que fosse. Ben era o maior motivador de Mal para continuar em frente. Tentava treinar com tanta vontade quanto Ben, mas era muito difícil, pois tinha que aceitar a ausência de seus poderes. Pelo menos, o treinos podiam ser ao lado do marido. Passou os dedos de leve no rosto de Ben, afastando alguns fios de cabelo dourado.

No dia seguinte, Mal seguia ao lado de Ben para o campo de treinamento. Com a orientação de Hércules, eles repetiam os mesmos treinamentos com Arkin e Altair. Apenas Luisa tinha ido embora, a chamado da Abuela Madrigal. As horas passaram com o sol rachando sua cabeça. Era quase meio dia quando o treino da manhã estava acabando, algo totalmente inesperado aconteceu.

Um forte terremoto chacoalhou toda a estrutura do campo de Hércules. Os equipamentos caíram no chão enquanto todos observavam o que acontecia.

– Mal! Cuidado! – Ben gritou.

A mulher olhou para o marido e depois para o chão. Uma rachadura enorme apareceu perto dela e rapidamente abria uma cratera em sua direção. Arkin pulou contra seu corpo, bem a tempo de tira-la do caminho e evitar que caísse no abismo formado.

Quando o terremoto parou, Mal levantou. Correu para a beira do recém aberto abismo para investigar. Para sua surpresa, alguém que ela não via há anos se aproximava. Ela identificou pela chama azul que se aproximava.

Ao abrir aquele abismo, Hades formou um caminho que ele subia para encontrar com os demais. Mas ele não estava sozinho. Vinha acompanhado por uma garota morena desconhecida usando roupas brancas e um turbante na cabeça. Suas roupas chamaram atenção por estarem bastante surradas, com alguns rasgos.

– Alguém esqueceu de me enviar o convite para a sua festa, Mal. – Hades disse ao se aproximar. Ele abriu os braços e Mal correu até o pai, o abraçando com força.

– Achei que estava lutando contra Zeus. – Mal disse em seus braços. Uma forte vontade de chorar subiu pelo seu corpo. Estava feliz pelo pai ter aparecido.

– Esqueça isso. Eu soube do que está acontecendo. Pedi para Agonia e Pânico ficarem de olho em você e eles me contaram. – Hades apontou para os pequenos lacaios que observavam de longe, com medo do deus. – Para variar, demoraram tanto que quase perdi minha filha! – Hades gritou na direção de Agonia e Pânico. Ao finalizar a frase, Hades manteve a boca aberta e chamas voaram contra os lacaios, que saíram gritando para evitar o ataque.

– Pai! – Mal puxou a atenção de Hades de volta. – Você veio ajudar?

– É claro. – Hades disse soltando Mal. – Você vai me contar o que aconteceu. Porém, primeiro, esta é Oni. – Hades introduziu a garota que o acompanhava.

– Olá Mal. – Oni cumprimentou. Mal notou que ela tinha aproximadamente sua idade. O que mais chamou sua atenção foram os olhos da morena. Eram brancos e não tinham qualquer brilho, totalmente opacos. Pela aparência, Mal deduziu que Oni era cega. – Celia me falou muito de você.

– Como conhece Celia? – Altair perguntou, se intrometendo.

– Você deve ser Altair.

– Você sabe onde ela está?! – Altair se aproximou, colocando as mãos nos ombros de Oni.